Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos pedindo às mulheres grávidas que se vacinem contra a covid-19. Anteriormente, a agência federal de saúde havia dito que as mulheres grávidas são "elegíveis" para serem vacinadas contra o vírus. Mas nesta quarta-feira (11), o CDC disse que as futuras mães devem receber a vacina já que uma pesquisa não mostrou nenhum aumento no risco de aborto espontâneo entre as mulheres que foram imunizadas. “O CDC recomenda que as gestantes sejam vacinadas contra a covid-19, com base em novas evidências sobre a segurança e eficácia das vacinas”, diz um comunicado à imprensa. "A vacinação contra a covid-19 é recomendada para todas as pessoas com 12 anos ou mais, incluindo pessoas que estão grávidas, amamentando ou tentando engravidar agora ou podem engravidar no futuro", completou.
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O estudo, publicado no JAMA Network Open, também descobriu que mulheres grávidas que entram em trabalho de parto enquanto estão infectadas com covid-19 correm maior risco de complicações graves e morte do que aquelas sem o vírus. Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que as futuras mães que deram à luz com o vírus tinham cinco vezes mais chances de acabar em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 10 vezes mais chances de morrer.
Para chegar a essas conclusões, a equipe analisou mais de 869 mil mulheres com 18 anos ou mais que deram à luz em 499 hospitais e centros médicos em todo o país entre 1 de março de 2020 e 28 de fevereiro de 2021. Das mães grávidas, cerca de 18.700, ou 2,2%, tinham covid-19 e os 850 mil restantes, ou 97,8%, não. Os pesquisadores examinaram as diferenças nos resultados, como risco de admissão na UTI, ventilação mecânica e morte entre os dois grupos. Eles descobriram que as mulheres que tinham covid-19 no parto eram mais propensas a serem admitidas em UTIs do que as mulheres sem o vírus em 5,2% em comparação com 0,9% — um risco 5,7 vezes maior.
Além disso, 1,5% das mulheres infectadas com covid-19 durante o trabalho de parto precisaram de ventilação mecânica em comparação com 0,1% das mulheres não infectadas, o que significa que o risco de insuficiência respiratória foi 15 vezes maior entre aquelas com covid. O risco de morte também foi maior entre as mulheres com teste positivo para o vírus. As futuras mães que deram à luz com covid-19 tinham 10 vezes mais probabilidade de morrer do que as mulheres que deram à luz sem a doença em 0,1% em comparação com 0,01%.
Os pesquisadores não encontraram diferenças nas taxas de cesariana e partos vaginais entre mulheres com covid-19 e mulheres sem o virus. No entanto, as mulheres infectadas com o vírus tinham muito mais probabilidade de dar à luz prematuramente com 4,1% dando à luz antes de 32 semanas, em comparação com 2,6% das mulheres não infectadas — uma diferença de 1,6 vezes. Não houve diferença no tempo de internação com as mulheres de cada grupo internadas por cerca de dois dias cada.
Por causa dos maiores riscos, as autoridades de saúde enfatizaram a necessidade de vacinação. Fabricantes de vacinas e agências de saúde pública afirmam que estudos demonstraram que as vacinas contra a covid-19 aprovadas para uso emergencial nos Estados Unidos são seguras para mulheres grávidas.
Alguns estudos preliminares descobriram que, se uma mãe for vacinada, ela pode transferir anticorpos contra a covid-19 para o recém-nascido através da placenta ou do leite materno. “A necessidade de admissão na UTI e a insuficiência respiratória que requer intubação foram estatisticamente significativamente maiores entre as mulheres com covid-19. Pesquisas futuras são necessárias para entender melhor a fisiopatologia da covid-19 durante a gravidez e para melhor caracterizar as sequelas de longo prazo", observaram os pesquisadores.
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