Tuesday, August 31, 2021

Casal é obrigado a devolver filha adotiva após pais biológicos mudarem de ideia: "Dor profunda"

https://ift.tt/3BtXJDw

Uma mãe norte-americana compartilhou como foi a dor de ter que devolver a filha adotiva apenas cinco dias depois de te-la levado ela para casa, pois os pais biológicos mudaram de ideia. Sarah Howell, que é enfermeira, disse que ela e seu marido, Chris, decidiram adotar um bebê após descobriram que tinham menos de 1% de chance de conceber naturalmente. O casal, então, ficou encantado por um recém-nascido - coincidentemente, no mesmo dia em que Sarah descobriu que estava grávida.

+ Casal terá que indenizar em R$ 5 mil criança devolvida após adoção

Segundo Metro, ela disse que a dor de ter que devolver o bebê "era tão profunda que ela temeu que pudesse lhe causar um aborto espontâneo". "Dizer adeus a ela magoou mais do que as palavras podem descrever adequadamente", disse ela, que mora na Virgínia, Estados Unidos. "Parecia uma morte real para nós porque sabíamos que provavelmente nunca a veríamos novamente. Ela nos fez pais. Ela ajudou a curar uma parte de nossos corações que a infertilidade quebrou. Ela me fez mãe, mesmo que fosse apenas por alguns dias", disse.

Sarah e o marido com a filha adotiva que tiveram que devolver (Foto: Reprodução/Metro)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luta contra infertilidade

Meses depois, Sarah deu à luz Noah, seu filho biológico. O casal também adotou Levi e criou outro menino, de dois meses. Ela relembrou que, antes de engravidar naturalmente, foi informada pelos médicos que sua endometriose tornaria muito difícil conceber. “Foi devastador e me deixou em uma depressão situacional. Nós sabíamos que queríamos uma família. Meu marido era mais positivo e, muitas vezes, conseguia ver as coisas pelo lado bom, mas, para mim, foi um grande processo de luto", conta.

Foram três anos tentando engravidar. Nesse processo, Sarah foi submetida a várias cirurgias e centenas de injeções, pílulas e testes de gravidez negativos. Então, em abril de 2017, eles consultaram um imunologista reprodutivo em Chicago, mas foram novamente informados de que a probabilidade de conceberem naturalmente era inferior a 1%. “Ouvir que nossas chances de conceber eram tão pequenas nos permitiu seguir em frente e começar o processo de luto de possivelmente nunca engravidar”, lembra.

Ela e Chris decidiram naquele momento que estavam prontos para adotar uma criança. Eles  se inscreveram e foram adicionados à lista de espera. Mas em janeiro de 2018, Sarah começou a sentir alguns sintomas estranhos e fez um teste de gravidez. Deu positivo pela primeira vez. "Eu chorei. Chorei tanto que mal conseguia respirar. Foi realmente o choque da minha vida. Lembro que me perguntei um milhão de vezes naquele dia: 'Como isso é possível?'", conta.

Chris e Sarah, grávida de Noah (Foto: Reprodução/Metro)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dor da separação

Apenas uma hora depois, uma assistente social da agência de adoção ligou para dizer que eles poderiam conhecer sua filha adotiva em apenas três semanas. Quando o casal pegou a bebê, Sarah estava grávida de oito semanas. "Quando eu entrei no quarto do hospital, sua mãe biológica estava segurando-a e amorosamente a colocou em meus braços. Ela disse: 'Conheça sua mãe, menina''', conta. 

Mas após cinco dias de "felicidade familiar", eles receberam um telefonema devastador. Os pais biológicos mudaram de ideia e a quiseram de volta — o que eles podem fazer legalmente até dez dias após o nascimento. “Eu a estava alimentando quando recebemos a ligação. Eu caí no chão em desespero. Eu ficava dizendo sem parar para meu marido: 'Você está brincando, isso é uma piada, certo?'. Sempre digo que a dor que sentimos naquele dia foi pior do que nossos três anos de infertilidade juntos. Não temos nada contra seus pais biológicos. Se pudéssemos, diríamos a eles o quanto os amamos e como uma menina tem sorte de tê-los como pais", desabafou.

Nova adoção

 

Em outubro daquele ano, Sarah entrou em trabalho de parto e deu à luz Noah. “Foi surreal e parecia uma experiência fora do corpo”, disse ela. "Quando eu o puxei para o meu peito, encontrei-me falando com Deus, agradecendo-lhe por nos dar este milagre e por nos fazer passar do outro lado da infertilidade", disse.

Então, quando Noah tinha um ano, a família recebeu outro telefonema de uma assistente social dizendo que eles haviam sido combinados novamente para um menino. Eles encontraram o bebê de apenas um dia no hospital e o chamaram de Levi. Mas, dessa vez, o encontro aconteceu com o medo de que ele pudesse ser levado por sua família. "Eu sabia que não seria capaz de evitar isso, por isso, parecia vulnerável e assustador amar uma criança de novo, sabendo que talvez ela não ficasse", afirmou Sarah.

Mas ela e o marido superaram o trauma e decidiram acolher mais um menino em junho deste ano. “Como mãe de três meninos com menos de três anos, sinto que estou sempre limpando a bagunça, bancando a árbitra e trocando fraldas”, disse ela. "Eu vou sentir falta disso um dia, então eu me lembro de aproveitar o agora. Afinal, é por isso que oramos por tanto tempo. Três com menos de três anos é certamente uma aventura e, às vezes, caos total. Mas as risadas, risos e alegria superam em muito qualquer outra coisa", finalizou.

Chris e Sarah com Noah e Levi (Foto: Reprodução/Metro)

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/noticia/2021/08/mae-e-obrigada-devolver-filha-adotiva-apos-pais-biologicos-mudarem-de-ideia-dor-profunda.html