Thursday, August 19, 2021

“Enquanto o Instituto Butantan não fornecer mais dados, Coronavac não será aprovada para crianças e adolescentes”, explica infectologista Luana Araújo

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A infectologista Luana Araújo utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira (19) para compartilhar um vídeo em que explica a decisão da Anvisa de reprovar a aplicação da Coronavac em crianças. O pedido de ampliação do uso emergencial da vacina foi feito pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e negado pela Anvisa por apresentar "dados insuficientes para estabelecer o perfil de segurança na população pediátrica" nesta quarta-feira (18).

Mãe colocando máscara em criança (Foto: Getty Images)

 

No vídeo, Luana explica o que levou à reprovação de forma unânime pelo conselho da Anvisa do pedido de liberação da Coronavac para crianças acima dos três anos de idade e adolescentes. “Era uma grande expectativa das pessoas, principalmente dos pais, uma vez que a única forma de proteção vacinal para os pequenos é a Pfizer e, ainda assim, acima dos 12 anos de idade”, disse a infectologista. “Quando os fabricantes pedem a liberação para os órgãos reguladores, no nosso caso, a Anvisa, precisam apresentar resultados de várias fases dos estudos. O estudo não é só aplicar a vacina na população”.

Luana então falou sobre as fases dos testes de uma vacina e os dados que o Butantan não conseguiu entregar. “Fase 1 e fase 2 são estudos realizados em uma população menor que determinam e averiguam se essa vacina é capaz ou não de ensinar o sistema imunológico a se defender contra o microorganismo, no caso, o vírus da covid. Mas isso não é suficiente para que tenhamos dados sólidos suficientes para liberar uma vacina. Precisamos também do estudo de fase 3, que vai testar a vacina em uma população maior e verificar se ela é de fato efetiva, ou seja, naquele contexto mais próximo da vida real, por quanto tempo a vacina conseguiu proteger a população. Nesta quarta (18), o Instituto Butantan apresentou somente os resultados dos estudos de fase 1 e 2 da Coronavac nessa população”, explica.

Infectologista Luana Araújo (Foto: Reprodução)

 

A infectologista explicou ainda que o fato de o Instituto Butantan não ter apresentado a fase 3 do estudo foi o que levou à reprovação da aplicação da vacina nessa faixa etária. “É demandado pelos órgãos reguladores que você tenha uma quantidade maior de dados sólidos para que sejam tomadas decisões que não vão colocar ninguém em risco. Ficou faltando o estudo que a vacina é segura e eficaz nessa faixa etária com uma grande população. Então a Anvisa de forma técnica e correta vetou neste momento essa vacina para as crianças de 3 a 12 anos. Enquanto o Butantan não apresentar resultados do estudo de fase 3 demonstrando a eficácia e segurança da vacina nessa faixa etária, a vacina não será liberada”, concluiu.

Luana Araújo foi um dos destaques da CPI da Covid. Defensora da vacinação em massa e crítica do uso de medicamentos como a cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina para "tratamento precoce" contra a covid-19, ela chegou a assumir o posto de secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde por 10 dias, mas foi demitida sem maiores explicações. 

Assista ao vídeo:

 

 



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