Thursday, August 19, 2021

Mãe que deu à luz intubada e com 80% do pulmão comprometido pela covid, conhece filha 40 dias após o parto: "História de superação"

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O momento tão esperado — o de encontrar a filha recém-nascida pessoalmente, pela primeira vez — aconteceu 39 dias após o parto. Até então, a cozinheira Brenda Keury Vieira, 26 anos, de Rondônia, que lutava contra a covid-19, tinha contato com sua bebê apenas por videochamada. A família estava na região a trabalho quando Brenda acabou contraindo o vírus e foi hospitalizada. Grávida e com 80% do pulmão comprometido, ela precisou ser intubada no dia seguinte. 

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A pequena Luna Emanuelly veio ao mundo por meio de uma cesariana de emergência enquanto a mãe estava intubada, no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, no Pará. “Agora só quero agradecer a Deus porque é muita felicidade. É uma princesa da mamãe”, disse ela, enquanto acariciava a filha pela primeira vez. 

Brenda conheceu a filha pessoalmente 39 dias após o parto (Foto: Reprodução/HRBA)

 

Luta contra a covid

Segundo o hospital, Brenda foi internada na Unidade de Terapia Intensiva em maio, transferida do município de Novo Progresso. A unidade é referência para atendimentos de alta complexidade em diversas especialidades no oeste do Pará, Baixo Amazonas e Xingu. Grávida de 7 meses e com obesidade, ela passou e ter dificuldade respiratória e, por isso, precisou ser intubada pela equipe médica já no dia seguinte.
 

Em junho, em estado gravíssimo, Brenda apresentou perda de líquido amniótico. Com 80% do pulmão comprometido e diversas outras complicações, as equipes de obstetrícia e neonatal decidiram interromper a gestação para garantir a segurança da criança e da mãe, com a realização de uma cesariana de emergência, informou o hospital. “Era um caso extremamente grave e, numa reunião entre as equipes médicas, optamos por interromper a gestação. Foi uma das decisões mais difíceis de tomar, pois elas corriam muitos riscos”, explicou a médica intensivista do HRBA, Lívia Corrêa e Castro. “A partir do momento que a Brenda soube que a bebê estava viva, teve ainda mais forças para lutar. É uma verdadeira história de superação”, complementou a profissional.

Luna nasceu prematura com 1,3 kg. A pequena precisou de ventilação mecânica e foi imediatamente encaminhada para a UTI Neonaral. Todos os testes de covid-19 realizados na bebê tiveram resultado negativo, porém, ela permaneceu internada para alcançar o peso e as condições ideais, devido as complicações da prematuridade. “Como a mãe não podia estar presente na internação da bebê, já que estava com a saúde muito debilitada, nossa equipe fez sessões de vídeochamada para que ela pudesse acompanhar o desenvolvimento e a reação do tratamento da bebê. Isso gerou interação entre o binômio mãe e filha”, disse Valdenira Cunha, médica neonatologista do HRBA.

Brenda só via a filha por videochamadas (Foto: Reprodução/HRBA)

 

Recuperada e com mais de 2 kg, Luna recebeu alta. Quando a bebê deixou o hospital, profissionais de saúde do hospital fizeram um corredor de palmas. Depois, bastante emocionada, Brenda recebeu a bebê dos braços da avó. "Agora vou me recuperar e cuidar dessa menina", disse. "Convivemos, neste mais de um ano de pandemia, com muitas perdas. Para nós, profissionais de saúde, histórias como a da Brenda representam superação. A alta da Luna é a celebração da vida, é a simbologia da vitória dos profissionais de saúde sobre a covid-19. Temos esperança, existe muita luta ainda, mas conseguiremos vencer essa batalha”, disse Hebert Moreschi, diretor Hospitalar da Pró-Saúde, que atua no HRBA.

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Brenda foi aplaudida por profissionais de saúde durante alta (Foto: Reprodução/HRBA)

 



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