Sunday, August 29, 2021

Moises Chencinski: 2022, um ano dourado para a saúde de mães e bebês

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O tema da 30ª Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) em 2021 foi: "Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos". Será que essa frase representa o que é necessário? As estatísticas nacionais mais recentes mostram que, apesar de uma tímida evolução, ainda não atingimos as metas previstas.

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Por que não caminhamos para um ano inteiro dedicado a amamentação? (Foto: Cleyder Duque/Pexels)

 

A SMAM de 2021 (1 a 7 de agosto) passou, assim como as outras 29. Isso é história. Agosto Dourado (1 a 31 de agosto) está acabando e vai entrar para essa história. E depois disso?

SETEMBRO LARANJA (Obesidade Infantil), VERDE (Doação de órgãos), AMARELO (Prevenção do Suicídio) e VERMELHO (Doenças Cardiovasculares).

OUTUBRO ROSA (Câncer de mama).

NOVEMBRO ROXO (Prematuridade), DOURADO (Conscientização sobre o câncer infanto-juvenil) e AZUL (Câncer de Próstata).

DEZEMBRO VERMELHO (AIDS).

JANEIRO BRANCO (Saúde Mental e Depressão pós-parto).

FEVEREIRO LARANJA (Leucemia) e SAFIRA (Primeiros Mil Dias).

MARÇO LILÁS (Câncer do colo do útero).

ABRIL AZUL (Conscientização do Autismo).

MAIO (Dia Mundial de Doação de Leite Humano) AMARELO (Acidentes de Trânsito e Depressão Infantil).

JUNHO VERMELHO (Doação de Sangue) e LARANJA (Anemia e Leucemia).

JULHO AMARELO (Hepatites) e BRANCO (Combate ao uso de Drogas por crianças e adolescentes).

E novamente chegamos ao AGOSTO DOURADO de 2022. Em todos eles — alguns mais, alguns menos —, estudos demonstram que o leite materno está envolvido ou é parte crucial na prevenção ou no apoio à sensibilização. Mas o que vemos na realidade, é um desinteresse progressivo, que se retoma quando falamos de prematuros, de doação de leite e dos primeiros mil dias (270 dias de gestação — 9 meses — e 730 dias de vida — 2 anos), mas insuficiente para atingir as expectativas.

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Se tivéssemos mais Agostos Dourados (aleitamento materno), teríamos menos Outubros Rosas (câncer de mama) e Marços Lilás (câncer de colo de útero). E isso é cientificamente demonstrado. Estudos também comprovam que teríamos menos obesidade infantil e menos leucemias se seguíssemos as recomendações mundiais de aleitamento materno continuado até 2 anos ou mais, exclusivo até o 6º mês e em livre demanda desde a sala de parto. Além disso, Janeiro Branco possivelmente teria uma participação bem menor da depressão pós-parto em suas estatísticas. 

Assim, penso que a frase mais completa a representar o aleitamento materno nesse ano poderia ser: "Proteger a amamentação: uma responsabilidade de cada um, sempre". E por que não caminhar de um dia dedicado à sensibilização em relação ao aleitamento materno, que virou a Semana Mundial, que no Brasil chegou ao Agosto Dourado para um Ano Dourado do Aleitamento Materno já em 2022? Mães e bebês já estão fazendo sua parte há muito tempo.

Dona Sociedade, Senhores Empregadores, Ilustríssimos Profissionais e Instituições de Saúde e de Ensino, Excelentíssimos Legisladores e Governantes de todos os Poderes, Vossa Senhoria Família, Digníssimas Mídias e Redes Sociais... A proposta está na mesa. Quem dá o primeiro lance?

 

Dr. Moises Chencinski é pediatra, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), editor do blog 'Pediatria Orienta' da Sociedade de Pediatria de São Paulo, multiplicador de curso oficial do Ministério (Foto: Arquivo pessoal)

 



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