Thursday, August 19, 2021

Governo britânico sugere que escolas tenham aulas ao ar livre para evitar propagação da covid-19

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O governo do Reino Unido sugeriu que as escolas de Educação Infantil promovam aulas ao ar livre, para evitar a propagação de covid-19 entre as crianças. Em um documento oficial, o Departamento de Educação (DfE) fez uma série de recomendações sobre como os colégios podem reforçar as medidas de proteção, caso alunos testem positivo para o coronavírus. 

No playground, as crianças se divertem e sociabilizam entre as aulas (Foto: Marcus Steinmeyer)

As orientações valem para situações em que cinco pessoas (alunos e funcionários) sejam diagnosticadas com a doença, num período de 10 dias. No documento, o governo defende que materiais de uso compartilhado sejam higienizados com frequência e ambientes compartilhados tenham boa ventilação. 

Também é feita a recomendação de que "atividades ocorram ao ar livre, incluindo exercícios e aulas". Isso causou polêmica entre sindicatos de professores, que consideram a orientação inadequada para o clima britânico, especialmente nos meses com temperaturas mais baixas.

 

 

“Parabenizamos o governo por estar produzindo um plano de contingência para as escolas, ainda que medidas como aulas externas e ao ar livre sejam difíceis no inverno. A União Nacional de Educação (NEU), junto com outros seis sindicatos de educação, está pedindo que o governo financie estratégias para melhorar a ventilação da sala de aula", disse Kevin Courtney, secretário-geral da NEU.

Quando as aulas ao ar livre podem ser uma alternativa?

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) defende que a contaminação pelo vírus da covid-19 é menos provável em atividades ao ar livre - quando comparada com atividades dentro de um ambiente fechado. Sendo assim, aulas em ambientes abertos podem, sim, oferecer menor risco de contágio.

Essa também é a opinião do pediatra e sanitarista Daniel Becker, colunista da CRESCER e autor do perfil @pediatriaintegral, no Instagram. “A diminuição do risco de contaminação ao ar livre já é um conceito científico, porque há a possibilidade de difusão completa do aerossol, de forma que se espalhe e perca a carga viral suficiente para contaminar uma pessoa”, diz.

Para Becker, é possível aproveitar a baixa disseminação do vírus em espaços abertos para beneficiar a volta às aulas. Para isso, podem ser utilizadas áreas abertas da escola, como pátios e quadras e, caso a instituição não disponha desses espaços, pode ser verificada a possibilidade de utilizar áreas externas próximas, como parques, praças, áreas de clubes, quadras de escolas de samba e pátio de igrejas. “Os benefícios pedagógicos também são enormes, estudos mostram que aprender na natureza e entender os fenômenos naturais a partir do contato direto com eles é mais benéfico. Qualquer matéria dada, de português até ciências, pode ser beneficiada pelo contato com a natureza e pelo ensino ao ar livre”, disse.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda o acesso diário de, no mínimo, uma hora à oportunidades de brincar, aprender e conviver com a natureza, para que as crianças possam se desenvolver com plena saúde física, mental, emocional e social.
Ainda segundo a entidade, a inserção de elementos de estudo fora da sala de aula pode aumentar não só as possibilidades do brincar, como também a qualidade do ensino curricular e a motivação dos alunos e professores em engajar-se no processo de ensino e aprendizagem.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/08/governo-britanico-sugere-que-escolas-tenham-aulas-ao-ar-livre-para-evitar-propagacao-da-covid-19.html