Friday, August 20, 2021

Mineira, que descobriu gravidez de quádruplos, diverte-se com reação de amigos e familiares: "É sempre um grande susto"

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Foram dois anos e meio de tentativas até a jornalista mineira Paula Meireles, 36 anos, de Belo Horizonte, e o marido, Daniel Ottoni, 37 anos, receberem o tão esperado "positivo". Mas essa não foi a única notícia bombástica de 2021. Após a primeira rodada de Fertilização in vitro, eles descobriram os dois embriões transferidos "vingaram" e mais, com apenas 1% de chance, os dois se dividiram! Ou seja, Paula e Daniel vão ter quádruplos! 

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Com 18 semanas de gestação, o casal já colocou o apartamento à venda, pois o espaço é pequeno demais para acomodar os quatro bebês. Em entrevista exclusiva à CRESCER, Paula contou como foi a jornada de tentativas, relembrou o dia que recebeu o tão sonhado positivo e a reação das pessoas com a notícia. "Elas tentam adivinhar dizendo que são gêmeos ou trigêmeos, mas ninguém imagina que são quatro! Ficam de boca aberta! Ninguém consegue dar parabéns! É sempre um grande susto", diverte-se. O casal conseguiu registrar algumas das reações hilárias de amigos e colegas de trabalho!

Reações de colegas e amigas quando descobriram que Paula está esperando quadrigêmeos (Foto: Arquivo pessoal)

 

C: Quando você e seu marido começaram a tentar engravidar? 
P: Começamos a tentar no final de 2018. Estávamos casados há 4 anos, carreiras estabilizadas, compramos nosso apartamento e falamos: agora vamos tentar ter filho. Alguns meses depois, Daniel ouviu falar sobre o espermograma e resolveu fazer. Identificou que tinha algumas questões relacionadas a quantidade e qualidade de espermatozóides. A partir de então, passamos a nos informar mais e buscar profissionais. E passamos 2019 assim! No início de 2020, ele já havia se consultado com três médicos diferentes, e todos deram diagnósticos distintos. Veio a pandemia e resolvi fazer alguns exames para investigar a minha fertilidade também. Nesse período, também comecei a fazer acupuntura chinesa voltada para a fertilidade. Mudamos muito nossa alimentação, equilibrei corpo e mente, renovei minhas energias. Pensei: estamos em outra fase e agora vai dar certo. Colocamos todas as nossas energias acreditando que iriamos engravidar naturalmente. 

C: Quando optaram pela FIV? Foram quantas rodadas? 
P: Em janeiro deste ano, o médico disse que a qualidade do espermatozoide estava boa, mas a quantidade é que ainda não tinha melhorado. Foi então que ele sugeriu a Fertilização in vitro, mas eu ainda estava focada em ter filho naturalmente, então, sai de lá frustrada e marquei consulta com outros médicos para ter ouvir outras opiniões. Sabia dos valores do tratamento e achei que nunca teríamos condições financeiras, já que não havíamos nos preparado. Mas conversando com uma especialista em reprodução assistida, ficamos sabendo que, ao doar óvulos, a clínica absorveria metade do tratamento. Só é permitido doar até os 35 anos, e eu faria 36 na semana seguinte. Então, já comecei a tomar a medicação  imediatamente para fazer a coleta dos óvulos. Intensifiquei a acupuntura para ajudar os óvulos a amadurecerem e, no dia da última coleta, eu precisava ter, no mínimo 12 óvulos, e tive 22! Foi uma superalegria! Desses, fiquei com onze e doei outros onze. Seis viraram embriões, que foram congelados e, em maio, fizemos a transferência de dois. Lembro que estava sentindo meu corpo preparado e equilibrado para recebê-los. E os dois vingaram!

C: Como foi o momento que você descobriu que finalmente estava grávida?
P: Foram dois anos e meio até esse dia. Eu não cheguei a ter nenhum positivo nesse período e não sabia como era essa sensação. Colocamos os embriões numa segunda-feira e a médica pediu para eu fazer o exame Beta HCG somente dez dias depois. É muito tenso, mas segurei minha ansiedade. Felizmente, o resultado veio positivo e o Beta já veio com o resultado de 496. Pesquisando na internet, vimos que havia possibilidade de serem gêmeos. Já ficamos ansiosos, imaginando se caberiam dois berços no apartamento... No entanto, a confirmaria só viria três semanas depois, com o ultrassom. Tivemos que esperar!

Paula, grávida de quadrigêmeos (Foto: Arquivo pessoal)

 

C: Como foi quando descobriram que são quatro bebês?
P: Fomos para o ultrassom e eu, muito inocente, perguntei: 'E aí, doutora, são gêmeos?' E ela respondeu: 'Olha Paula, tem três sacos gestacionais'. Eu falei: 'Meu Deus, vou ter que mudar de casa!'. Foi a primeira coisa que eu pensei! (risos) Daniel também ficou muito preocupado com a questão financeira, ficou assustado. A médica, então, foi medindo cada embrião, colocando o coração para bater e quando ela chegou na terceira bolsa, investigou,  investigou e disse: 'Paula, acho que tem mais um bebê aqui'. Eu nem sei o que pensei na hora! Ela explicou que em 13 anos de clínica, isso nunca aconteceu. É raríssimo! Pegou a gente de surpresa, ninguém esperava! Não imaginava nunca, nunca, nunca!

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2 = 6 !! (Foto: Arquivo pessoal)

 

C: Qual foi a reação da família e de amigos?
P: É sempre muito engraçado! Saímos de lá e ligamos para a minha familia. Havíamos brincado sobre fazer um bolão e disse que todo mundo estava tentando adivinhar... Eu disse que todos erraram no palpite. Tentaram adivinhar se eram gêmeos ou trigêmeos, mas ninguém imaginava que poderia ser quatro! Minha irmã ainda ficou pensando que a FIV não tinha dado certo. Quando falei que eram quatro, todos ficaram de boca aberta! Até registramos algumas reações. Ninguém consegue dar parabéns, é sempre um grande susto! Depois, enfim, acreditei que era uma missão que veio para a gente. Era pra ser e estava preparado para a gente de alguma forma. Acredito que fomos escolhidos pra essa missão. 

Reações dos colegas de trabalho de Paula com a notícia (Foto: Arquivo pessoal)

 

Reações das amigas pessoais de Paula ao receber a notícia (Foto: Arquivo pessoal)

 

C: Como está sendo a gestação?
P: O primeiro trimestre foi mais incômodo. Tive alguns desconfortos, fiquei com a boca amarga, não conseguia comer alguns alimentos... mas nada demais! Agora, tenho me sentido mais cansada. Parece que a barriga cresceu de uma vez, e minha pressão tem caído quase todos os dias. Fora isso, está indo tudo bem. É uma gestação cercada de incertezas e de falta de controle. Sempre gostei de planejar e controlar tudo, então, está sendo um aprendizado. É uma gravidez de alto risco, sei que eles vão nascer prematuros e estamos nos preparando para todas as possibilidades. Não sabemos quanto tempo eles vão passar na UTI, ainda estou conversando sobre licença maternidade, pois seis meses para quatro filhos é muito pouco! Trabalho em uma agência de comunicação, mas estou em home office, o que está me ajudando a seguir trabalhando em um ritmo bacana. Mas não sei como vou estarei na reta final, se terei que fazer repouso absoluto e a partir de quando, mas está sendo muito gostoso ver a barriga crescendo. Preciso aproveitar, afinal, vou viver isso só uma vez! Não vou engravidar de novo. (risos) Daniel está curtindo, estamos recebendo muito carinho das pessoas, formou-se uma rede de apoio à nossa volta. Já conseguimos quatro berço doados, estamos vendendo nosso apartamento e pretendemos ficar na casa dos meus pais nos primeiros meses, pois precisaremos de mais braços.

C: Com quantas semanas você está? Já sabe os sexos dos bebês?
P: Estou com 18 semanas. Descobrimos os sexos no último fim de semana. São quatro meninos! De domingo para segunda-feira dormir mal, pois colocar quatro pessoas no mundo  já é um grande desafio, e quatro meninos em um mundo tão machista é um desafio. Fazê-los homens de bem, sensíveis, gentis e empáticos será uma missão ainda mais especial. Então, fiquei impactada, mas, ao mesmo tempo, muito feliz. Sobre os nomes, ainda não decidimos. Estamos trabalhando na lista agora que sabemos que são meninos! (risos) 

Paula e Daniel (Foto: Arquivo pessoal)

 

C: A pandemia preocupa? Tem tomado cuidados específicos?
P: Sim, preocupa! Eu já tomei a primeira dose da vacina, tenho evitado encontrar as pessoas, vejo somente nossos pais. Ainda estamos muito restritos. Não vou nem ao supermercado. Então, a barriga está crescendo e ninguém está vendo, mas acho que tenho, sim, que me cuidar. Não peguei covid-19 até hoje e quero continuar assim para evitar uma possível complicação nessa gravidez que já é complicada.

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C: Como se sente ao carregar quatro bebês de uma só vez?
P: Por enquanto, sinto cansaço, a barriga crescendo, com medo de não caber.. mas não sinto ainda eles mexendo. Imagina quatro mexendo ao mesmo tempo? É muito gostoso ver os ultrassons... vimos um com o dedo na boca, outro dando uma cambalhota... Para mim, neste momento, é um desafio tentar se manter positiva, pois há muitas questões para resolver. Está sendo uma gestação diferente do que eu imaginava, mas estamos vivendo uma semana de cada vez! 

Quais são as probabilidades?

"São quatro bebês divididos em três sacos gestacionais. São duas duplas de gêmeos idênticos, que se dividiram de formas diferentes", explicou Paula. Segundo o obstetra Geraldo Caldeira, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, a chance de quádruplos na transferência de dois embriões é muito rara. "A chance de transferir um embrião e ele se dividir é de 1 a 2%. Já a chance de transferir dois embriões e os dois se dividirem é de apenas 1%", finalizou.

 

Quatro bebês em três sacos gestacionais (Foto: Arquivo pessoal)

 



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