Tuesday, August 24, 2021

Anticoncepcional: como escolher o melhor para cada fase da vida da mulher?

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A escolha do método a ser utilizado para evitar ou adiar uma gravidez - os métodos chamados contraceptivos - pode variar conforme sua duração, praticidade, custo, taxas hormonais e até índice de efetividade, além, claro, da fase da vida de cada mulher. Mas como escolher o que é mais adequado para você? Para ajudar nessa missão, a CRESCER conversou com especialistas, que explicaram tudo sobre a utilização e indicação de cada método contraceptivo.

Vale lembrar que, independetemente do método escolhido, é fundamental discutir com seu médico qual a opção mais adequada para você, em cada momento da sua vida. Veja a lista completa de prós e contras de diversos métodos ao final da reportagem

Pílula anticoncepcional (Foto: Pexels)

 

 

 

Acabei de ter um bebê. Tenho que me proteger?

Antes de mais nada, vamos desmentir um mito comum: sim, mulheres que amamentam ou que acabaram de dar à luz podem, sim, engravidar novamente. Por isso, se você não quer uma nova gestação agora, proteja-se!

No período em que a mãe está amamentando, não é recomendável que ela faça uso de pílula anticoncepcional combinada (estrogênio mais testosterona), porque isso pode diminuir a produção de leite. “Além disso, esses hormônios podem passar para o leite e promover alterações de caráter sexual nas crianças”, explica Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein. Nesses casos, a mãe pode utilizar os métodos contraceptivos de barreira ou pílulas feitas exclusivamente à base de progesterona. 

É importante lembrar, no entanto, que a mãe não deve ter relações sexuais no período de 40 dias após o parto. “O colo do útero ainda está entreaberto e ter relações sexuais nesse momento pode levar a complicações, principalmente infecções”, ressalta Pupo.

Proteção na adolescência

No caso das adolescentes, é importante buscar informações antes mesmo de iniciar a vida sexual. Para esse público, o mais indicado são os métodos de barreira. “Temos visto nos indicadores um ressurgimento de sífilis e HIV, então o melhor método hoje para as adolescentes é o preservativo, em que há uma proteção contraceptiva e contra doenças sexualmente transmissíveis”, informa Rodrigo Buzzini, diretor médico do Hospital e Maternidade Pro Matre.

Caso a jovem opte também por um contraceptivo hormonal, deve ser escolhido um com menor dosagem. “Utilizar métodos com doses hormonais mais baixas, com menor possibilidade de esquecimento e de duração mais longa pode ajudar na adaptação”, orienta a obstetra e ginecologista Larissa Cassiano, da Clínica Theia.

 

 

Os prós e contras de cada método

Métodos contraceptivos de barreira:camisinha é, sem dúvidas, o método contraceptivo mais conhecido. Funciona como uma barreira, impedindo que o esperma alcance o canal vaginal. Existem dois tipos: a masculina e a feminina. Ambas protegem contra Doenças Sexualmente Transmissíveis, mas se colocadas de maneira inadequada, podem se romper, sendo ineficientes.

Outro método de barreira é o diafragma, um anel flexível envolvido por uma borracha fina, que fecha o acesso do espermatozoide ao colo do útero. Deve ser colocado no fundo da vagina, antes de iniciar o ato sexual. Ele permite bastante autonomia feminina, o que é um ponto positivo, porém não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, e há uma taxa de falha mais alta do que alguns outros métodos disponíveis. “Geralmente é utilizado em conjunto com um gel espermicida, porque ele não veda totalmente e pode deixar passar um pouco de esperma pela lateral”, complementa o Dr. Pupo.

O DIU é um dispositivo colocado dentro da cavidade uterina que diminui a possibilidade de óvulo e espermatozoides se encontrarem. Atualmente, existem três tipos: de cobre, de prata e hormonal (todos eles têm alta eficácia na prevenção de gravidez indesejada, mas não previnem contra doenças). Um ponto positivo é que, uma vez colocado, a mulher não precisa se preocupar com ele durante o tempo de validade (de 5 a 10 anos). Porém um contra é que, em algumas mulheres, o DIU pode causar aumento no fluxo menstrual e cólica, no caso dos de cobre e prata, ou diminuição do fluxo, no caso do hormonal. O custo deste método é mais alto do que os que citamos acima.

 

 

Há outros métodos contraceptivos hormonais que colocam o ovário em estado de dormência e a mulher não ovula. Por isso, bloqueiam a capacidade de engravidar. “Esses métodos ajudam também a corrigir problemas de equilíbrio hormonal, como a síndrome do ovário policístico”, explica Pupo. Porém, nenhum deles previne doenças. Via oral, figuram as conhecidas pílulas anticoncepcionais, que podem auxiliar a controlar sintomas da TPM, controlar acne e pele oleosa e regular a menstruação. O contra é que, para garantir a eficácia, elas precisam ser tomadas regularmente, no mesmo horário. Além disso, podem causar alteração na libido.

“O mais importante sobre esse método é não fazer uso sem aconselhamento médico. Há mulheres que, pelas condições ou histórico de saúde, não podem tomar pílula contraceptiva. Consultar um ginecologista antes é muito importante”, ressalta Buzzini.

Para quem tem medo de esquecimentos, uma opção pode ser a injeção hormonal intramuscular. Ela tem maior intervalo de aplicação em comparação com a pílula (a injeção é aplicada em intervalos de 1 a 3 meses), mas pode causar alteração na libido e retenção de líquidos.

 

 

Há disponíveis também no mercado opções como o anel intravaginal: um anel feito em material flexível, que deve ser inserido dentro da vagina. Ele contém hormônios que previnem a gravidez, e também tem maior intervalo em relação à pílula (precisa ser trocado a cada 3 semanas). O alerta é que, se não for colocado da forma correta ou não for trocado dentro do prazo indicado, a mulher pode engravidar.

Os adesivos liberam pequenas doses diárias de hormônios. E precisam ser trocados somente uma vez por semana. Mas o produto só é fabricado em uma cor. Dependendo do local aplicado, pode ficar visível.

Há quem opte também por métodos cirúrgicos. No caso das mulheres, a laqueadura é um processo onde as trompas da mulher são cortadas ou “amarradas”, evitando que o óvulo e o espermatozoide se encontrem. Para os homens, a vasectomia corresponde a um corte no canal que conduz os espermatozoides do testículo até o pênis. As vantagens e desvantagens dos dois métodos são as mesmas. Alta eficácia, porém há a necessidade de intervenção cirúrgica. “Tanto um método quanto outro, apesar de serem possíveis de reverter, devem ser encarados como definitivos. Só devem ser utilizados quando a pessoa tem certeza de que não quer ter mais filhos”, destacou o Dr. Pupo.

Existem também os métodos de prevenção naturais, como coito interrompido (quando o ato sexual é interrompido antes da ejaculação) e tabelinha (cálculo do início e fim do período fértil, para evitar ter relações sexuais nos dias de fertilidade). “É preciso ter cuidado, porque esses métodos são extremamente arriscados e têm taxas de falhas muito elevadas”, reforçou o médico.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/08/anticoncepcional-como-escolher-o-melhor-para-cada-fase-da-vida-da-mulher.html