Friday, April 8, 2016

Como ser uma avó ou avô incrível

Como ser uma avó ou avô incrível

Por Melanie Haiken

Ser um avô ou uma avó sensacional é o sonho de todo mundo, mas para ganhar esse tipo de título é preciso tempo e, especialmente, esforço. Veja, então, as dicas que o BabyCenter preparou para você chegar lá e se tornar uma pessoa fundamental na vida do seu neto. 
Pergunte em vez de responder
Porque você é a avó, já conta com muito mais experiência no quesito criação de filhos. E isso pode levá-la a se ver como a única especialista no assunto e responsável por orientar os novos pais. 

É um impulso muito natural, e pode fazer todo o sentido na hora. Mas, acredite, esse tipo de mentalidade é receita para um desastre. 

"Por mais duro que seja, você precisa aceitar que é a vez deles de criarem os filhos. Os avós não podem interferir em tudo", afirma a terapeuta Sharon O'Neill. 

Segundo ela, ao dar palpites e sugestões, por mais bem intencionados que sejam, os avós acabam arriscando deixar os pais de primeira viagem ainda mais ansiosos ou com aquela sensação de que não sabem o que estão fazendo. Em vez disso, o melhor que você tem a fazer é expressar interesse e curiosidade pelo neto. 

Pergunte sobre o bebê, novas gracinhas, momentos surpreendentes. Cuidado com os sempre polêmicos temas da alimentação, sono ou vestuário. Evite parecer a avó intrometida e mostre, por outro lado, o quanto adora o neto e deseja ajudar os pais no que for preciso para vê-lo saudável e feliz.
Brinque e se divirta
Você já deve ouvido falar que a vovó fica com toda a diversão, mas depois entrega o bebê de volta para os pais ficarem com a parte das responsabilidades. 

Claro que nem sempre é assim, porque tem muitos avós que pegam pesado nos cuidados do dia a dia. Mas, de modo geral, sua função é mesmo aproveitar. 

Brinque no chão, passeie com o bebê, conte histórias engraçadas da família e permita-se voltar a fazer caretas e vozes infantis. Estabeleça momentos especiais só seus e da criança. Solte a imaginação. 
Fuja das rivalidades
Evite a todo custo competir com a "vó Sônia e o vô Alberto", já que isso sempre acaba provocando mágoas. É praticamente inevitável que as crianças acabem convivendo mais com um lado da família do que o outro, o que não quer dizer que amem mais esse ou aquele.

Pense só nos seus netos e considere que não existe excesso de amor. Ou seja, um relacionamento próximo com um casal de avós não vai eliminar a importância do outro -- a menos que você se afaste ou dê motivo.
Espere bagunça
Falando sinceramente, crianças são bagunceiras, não tem jeito. A melhor forma de lidar com o que vem pela frente é se preparar psicologicamente para a bagunça, assim você não corre o risco de perder a paciência a cada grão de comida que cair no chão branquinho da cozinha. 

Uma alternativa é escolher partes da sua casa para a bagunça da criançada e partes somente para o uso dos adultos. Já que você não vai querer ficar seguindo o neto o dia todo com uma vassoura para limpar sujeira, coloque-o para comer em uma área onde as migalhas caídas poderão ser facilmente catadas. 

Se for o caso, proteja também sua mesa com uma toalha plástica, e as cadeiras ou outras áreas de piso ou tecido mais delicados com toalhas ou panos. 

Confira um artigo de como manter o local em que mora segura para crianças. 
Valorize as experiências
É tentador comprar um brinquedo ou uma novidade eletrônica só para ver a alegria no rosto do seu neto. Não há nada de errado com isso. A longo prazo, no entanto, as experiências conjuntas tendem a ser mais significativas e a criar lembranças para a vida toda, mais do que momentos passageiros de alegria. 

Em nome desse tipo de recordação, muitos avós apostam em viagens de final de semana ou em férias com toda a família. Longe dos compromissos do dia a dia fica mais fácil de aproveitar a companhia e se dedicar integralmente aos netos. Passar um dia que seja fora já faz toda a diferença. 

Não se esqueça de documentar os passeios e viagens em fotos e em pequenas anotações explicando os momentos únicos que viveram. Dizer, por exemplo, que foi naquele passeio à praia que o bebê colocou os pés pela primeira vez no mar é o tipo de informação para guardar para sempre. 
Não seja um problema
Às vezes, excesso de entusiasmo por parte dos avós acaba criando mais trabalho para os pais. 

A especialista Amy Goyer relata que ouve muitas queixas de avós que não recebem tantos convites quanto gostariam para visitar os filhos e netos, mas, por outro lado, parecem não ter ideia de que só sua presença já gera certo nível de trabalho e de preocupação. 

Já que o objetivo definitivamente não é ser estorvo para os outros, procure formas de estar com as crianças que sejam de ajuda. Isso inclui se voluntariar para ficar com elas para que os pais possam dar uma saída à noite ou no fim de semana. 

Outra possibilidade é pensar em um bloco de tempo durante a semana (duas tardes por semana, por exemplo) em que você as leve para a sua casa (veja aqui como equipar a casa para receber os netos.) 

A vantagem de estabelecer dias específicos para ficar com o neto é que os pais podem se programar para sair ou resolver problemas nesse dia, e não ficam tímidos de pedir ajuda. Você, por outro lado, tem a garantia de um delicioso encontro semanal com o netinho.
Não demonstre favoritismo
Derreter-se sobre o bebê enquanto ignora ou dá uma bronca no danadinho do irmão de 3 anos que está tendo um ataque de ciúmes ou de birra é um erro clássico, e você vai precisar se policiar muito para não cometer. 

Toda criança passa por bons e maus períodos e é fundamental que saiba que é amada mesmo quando não está se comportando muito bem. 

E é claro que existem afinidades pessoais que podem ser maiores ou menores com determinado neto, mas você precisa guardá-la para você. 

O melhor jeito de combater o que às vezes pode parecer favoritismo de avó é sempre dedicar atenção especial e individual a cada uma das crianças. Elas costumam se comportar melhor quando não estão sentindo competição de irmão ou primo por perto. Além disso, você assim terá uma chance de criar uma relação com cada uma delas. 
Tome a iniciativa do contato
Você é a pessoa mais velha e mais madura da relação com o neto ou a neta, portanto deve assumir a responsabilidade por procurar e manter contato. Se ficar esperando por iniciativa da parte de uma criança, vai acabar se decepcionando quase sempre. 

"É normal que não passe pela cabeça de uma criança ligar para alguém. Você é quem deve fazer o trabalho braçal para o relacionamento se desenvolver", observa a psicóloga Sharon O'Neill. 

Além das ocasiões especiais e formais de família, procure seus netos com frequência e mostre o quanto deseja ser parte da vida deles, começando desde a fase de bebê. Aproveite para tirar muitas fotos para depois mostrar a ele quantas coisas fizeram juntos ao longo do tempo. 

Se ouvir dos pais que o neto alcançou um novo marco do desenvolvimento, como sentar, engatinhar ou andar, peça para vê-lo o quanto antes para conferir a novidade (esse tipo de demonstração de interesse pelo filho sempre encanta os pais, loucos para mostrar toda e qualquer nova graça do bebê). 
Vire o ombro amigo
Avós são um ponto de apoio importante para os netos, por oferecer uma perspectiva diferente da dos pais. 

Quando chegar a fase, ouça com carinho tudo o que eles têm para contar e incentive que conversem com você sobre qualquer assunto. Procure não se escandalizar ou julgar comportamentos diferentes dos da sua época.

Não espere por datas específicas para saber como foi o dia, o que tem acontecido de bom ou de ruim. Até a ida à casa de um amiguinho já vale como desculpa para bater um papo, mesmo que seja à distância, por meios eletrônicos. 

Se você morar longe, esse tipo de contato fica ainda mais importante para manter os vínculos e até a lembrança viva da sua presença. A conversa não precisa ser longa -- pelo contrário, já que crianças costumam ter pouca paciência para responder a muitas perguntas.

Procure guardar o nome de amigos, brinquedos, bonecas ou jogos favoritos e vá perguntando como anda cada coisinha que gera interesse no neto. 
Preserve as memórias de família
O medo de parecer aquela avó chata que está sempre falando sobre o passado muitas vezes pode acabar inibindo você de compartilhar histórias incríveis, engraçadas ou mesmo tristes. E isso acaba sendo uma grande perda para todos. 

Tenha orgulho do seu papel de historiadora da família. Pense nele como a forma de ligar passado, presente e futuro e de dar continuidade a acontecimentos de gerações de ancestrais. 

Na hora de contar os eventos do passado, seja breve e, quando possível, tempere as histórias com bom-humor e uma dose de aventura. As crianças certamente vão ficar curiosas. 

Fale sobre a sua vida de jovem, assim como a dos pais das crianças. À medida que crescerem, vão adorar ouvir como o papai ou a mamãe aprontavam, davam trabalho ou faziam coisas curiosas. 

E, se você gostar de escrever, considere deixar por escrito histórias da família. Outra alternativa boa é gravar vídeos contando os relatos. 

Agora que seus netos são pequenos eles podem não muita paciência nem interesse para essas informações do passado, mas quando crescerem vão considerá-la um tesouro de valor incalculável -- e talvez sua memória e sua disposição já não sejam as mesmas quando esse momento chegar, daqui a algumas décadas.

http://brasil.babycenter.com/a25013345/como-ser-uma-av%25C3%25B3-ou-av%25C3%25B4-incr%25C3%25ADvel#ixzz45FwPFZaX