Uma mãe que se vacinou contra a covid-19 ainda durante a gestação, em dezembro do ano passado, nos Estados Unidos, decidiu testar o seu bebê, hoje com 4 meses, para anticorpos contra a doença. O resultado levou a mãe - que também é pediatra - a reforçar a recomendação de que grávidas se vacinem para o coronavírus.
Dra. Kathryn Davis tomou a vacina da Moderna - que não está disponível no Brasil, quando estava grávida de seis meses, em Ohio, nos Estados Unidos. A médica deu à luz um menino saudável e, com o aumento de casos de covid-19 entre crianças pequenas, decidiu verificar se o filho tinha anticorpos contra a doença. E o resultado foi positivo: seu filho tem anticorpos IgG positivos para covid-19, o que significa que ele tem um alto nível de proteção contra o vírus.
"Isso é realmente reconfortante e maravilhoso, mas não é o único. Eles [pesquisadores] estão vendo essas mesmas descobertas em vários estudos em todo o mundo", disse Dra Davis, em entrevista à emissora local WTOL.
Entidades de saúde têm recomendado fortemente a vacinação de grávidas ao redor do mundo, não apenas para sua própria proteção, mas também para os benefícios que a vacina pode trazer aos seus bebês. No Brasil, porém, mesmo com a recomendação, há divergências entre especialistas e o Governo Federal sobre qual vacina é a mais segura para as gestantes.
O Ministério da Saúde recomenda que grávidas que se vacinaram contra a covid-19 não "misturem" vacinas. Ou seja, gestantes que tomaram a primeira dose da AstraZeneca devem esperar pelo menos 45 dias depois do nascimento do bebê para, só então, receber a segunda dose, também da AstraZeneca.
Já a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) defende que grávidas que receberam a primeira dose da AstraZeneca podem, sim, fazer o uso combinado de vacinas. "De acordo com os dados que temos hoje, não tem problema nenhum de intercambialidade. Se a gestante quiser, ela pode vir a tomar a segunda dose com a vacina preferencialmente da Pfizer, que nós já temos estudos", explica a ginecologista Cecilia Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada de Vacinas da Febrasgo.
No último dia 28 de junho, foi publicado na revista científica The Lancet um estudo que mostrou que a resposta imunológica do organismo é robusta mesmo quando combinadas doses de duas farmacêuticas diferentes.
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