A chef de cozinha Rita Lobo fez um post nas redes sociais neste domingo (8) pedindo que os seguidores apoiem o projeto de lei municipal 1.662/2019, válido para a cidade do Rio de Janeiro, que visa proibir a venda de bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados em escolas. O projeto já foi aprovado em uma primeira votação pelos vereadores e deve ser analisado mais uma vez nas próximas semanas. Caso seja aprovada novamente e receba o aval do prefeito da cidade, a nova legislação entrará em vigor.
De acordo com Rita, é importante o apoio da população para a aprovação definitiva do projeto. “É uma iniciativa importante no enfrentamento da obesidade, essa epidemia silenciosa, fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, hoje responsáveis por 71% do total de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, escreveu a chef de cozinha. “Evitar o consumo de ultraprocessados desde cedo é fundamental, porque eles trazem riscos à saúde ao substituir a comida de verdade”.
Rita afirmou ainda que a proposta melhoraria a nutrição das crianças da cidade do Rio de Janeiro. “Com a nova Lei, a alimentação de mais de 1 milhão de pessoas melhoraria, reduzindo sobrepeso e obesidade entre crianças em idade escolar, e sem aumentar em um centavo o gasto público. Segundo estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), preparos mais saudáveis podem apresentar um custo menor do que as opções ultraprocessadas e até mesmo permitir economias na compra de alimentos. E a proibição da venda desses alimentos não prejudicaria emprego e renda dos cantineiros escolares”, escreveu.
Ongs em prol de uma alimentação mais saudável para as crianças, criaram a campanha “Quem quer prevenir a obesidade infantil, levanta a mão!” para mobilizar o público a apoiar o projeto.
Mais de 6,4 milhões de crianças brasileiras estão acima do peso ideal. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, desse total, 3,1 milhões já são consideradas obesas. Isso significa que, atualmente, 1 a cada 10 crianças entre 5 e 9 anos são diagnosticadas com obesidade infantil.
No Brasil, assim como em outros países onde a obesidade disparou nos últimos anos, o excesso de peso está relacionado, sobretudo, ao maior consumo de produtos industrializados – ricos em açúcar e gordura. Diminuir a ingestão desses alimentos já seria um avanço no combate à doença, mas vale lembrar que se trata de um problema multifatorial, que não se resume apenas à comida.
“Quando se fala em risco de obesidade, a genética responde por cerca de 30%. Os outros 70% vão depender de hábitos de vida, por exemplo, se a criança faz atividade física. Até a composição da flora intestinal importa, já que ela interfere em como o organismo estoca a gordura. Uma alimentação saudável compõe uma microbiota intestinal [conjunto de microrganismos que participam de vários processos, como a digestão] mais favorável a acumular menos gordura”, explica a endocrinologista Jacqueline Rizzolli, membro da diretoria da Abeso.
Veja o post original:
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