Um casal de Utah, nos Estados Unidos, ficou chocado ao descobrir que teriam gêmeos pouco tempo depois do nascimento de sua primeira filha. Shaylee Bush, 30 anos, começou a sentir os sintomas novamente apenas três meses depois de dar à luz primogênita, em novembro de 2018. Então, antes da menina completar seu primeiro aniversário, o casal recebeu suas gêmeas fraternos, chamadas Oaklyn e Harlow.
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Shaylee costuma compartilhar sua rotina agitada pelo TikTok, e já ganhou milhões de seguidores por lá. Ela e o marido, Mykal, casaram-se em dezembro de 2017, e estavam esperando seu primeiro filho quando Shaylee sofreu um aborto espontâneo. Logo, eles ficaram "grávidos" de novo, mas, dessa vez, de seu bebê arco-íris, Haisley. A gravidez foi difícil. A mãe disse que desenvolveu um hematoma subcoriônico, quando a placenta se desprende parcialmente da parede uterina, causando sangramento entre a parede e a membrana amniótica, que envolve o bebê, o que pode aumentar o risco de aborto espontâneo na primeira metade da gravidez. Felizmente, a menina nasceu saudável, informou o Daily Mail.
Em um de seus vídeos virais, Shaylee compartilha uma imagem de si mesma com Haisley, no qual afirma: "Eu com nossa filha primogênita. Eu a amo tanto que já quero outra". No entanto, ela não imaginou que engravidaria tão rápido e não apenas de um, mas dois bebês. Então, quando Haisley completou três meses, Shaylee começou a sentir os sintomas. Um mês depois, ela confirmou que estava grávida de novo, e de gêmeos. Em outubro de 2019, pouco antes de Haisley completar 11 meses de idade, Shaylee deu à luz as meninas Oaklyn Lane e Harlow Locklyn, via cesariana. Agora, Shaylee se refere a suas meninas como seus "trigêmeas" e disse que "não mudaria nada".
Segundo uma pesquisa, realizada no fim de 2018 pela Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) e publicada no jornal Jama Internal Medicine (Estados Unidos), o intervalo seguro entre dar à luz e engravidar pode variar de acordo com a idade da mulher, mas, pesando prós e contras, é de, em média, um ano e meio. Para chegar a esse número, os cientistas avaliaram cerca de 150 mil gestações entre 2004 e 2014. Os dados vieram de registros de nascimentos, hospitalizações, prescrições para informações de infertilidade e registros em censos. Foi a avaliação mais extensa até agora de como o intervalo seguro para a gravidez muda de acordo com a idade materna, e a primeira investigação a respeito da relação desse período entre gestações com a mortalidade materna ou a morbidade grave.
Os resultados revelaram que mulheres com mais de 35 anos, que engravidaram em um intervalo de seis meses, tinham chance de 1,2% (12 casos para cada mil gestações) de mortalidade materna ou morbidade grave. No entanto, quando o espaço aumentava para 18 meses, o risco diminuía para 0,5%. O perigo de parto prematuro, que chegava a 6% no intervalo de seis meses, caía para 3,4% quando o espaço era de 18 meses. Já para as mulheres mais jovens, na faixa de 20 a 34 anos, o curto espaçamento representava uma ameaça de 8,5% de parto prematuro espontâneo. Para as que esperaram 18 meses, a probabilidade caiu para 3,7%. Assim, os pesquisadores chegaram à conclusão de que engravidar em um período menor do que 18 meses após o parto pode ser mais arriscado tanto para as mulheres quanto para as crianças.
Alguns dos riscos, como diabetes e hipertensão, aumentam, mesmo, com a idade materna. Já os perigos para o bebê, segundo o estudo, estão associados a mulheres de todas as idades, mas são maiores para as mais novas. “Muitas têm gestações não planejadas, não fazem pré-natal adequado e têm infecções, que acabam evoluindo para partos prematuros, por exemplo”, explica o obstetra André Luiz Malavasi, diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e diretor da Ginecologia do Hospital Pérola Byington (SP). “A prematuridade é a complicação que mais preocupa. Os custos sociais e médicos são altos. A criança sofre, pois são realizados diversos procedimentos para nutrição e medicação. É um problema de impacto na saúde pública”, complementa.
Esperar mais é importante também para o organismo materno. “A perda sanguínea do parto precisa ser recuperada. O corpo deve repor seus estoques de ferro, que influenciam diretamente na composição dos glóbulos vermelhos (eles transportam oxigênio dos pulmões aos tecidos do corpo). “Cerca de 25% das gestantes têm anemia e, em uma segunda gravidez, as chances são ainda maiores, podendo levar a infecções e a um parto prematuro”, diz a obstetra Roseli Mieko Yamamoto Nomura, do Departamento de Obstetrícia da Unifesp (SP). Embora o intervalo seja de, no mínimo, 18 meses, o consenso entre os médicos é que, se possível, o melhor é espaçar ainda mais as gestações. “Um intervalo interpartal de dois anos – ou mais – auxilia na recuperação”, diz o obstetra Eduardo Sérgio Valério Borges, presidente da Comissão Nacional Especializada em Perinatologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
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