Um casal que perdeu dois bebês devido a doenças cardíacas dedica seus dias à arrecadação de fundos para pesquisas médicas destinadas a salvar crianças. June e Jim Machin, de Sunderland, no Reino Unido, arrecadaram mais de 600 mil libras, o equivalente R$ 4 milhões, desde que seus filhos, Ian e Anthony, morreram na década de 1970.
Após a perda "devastadora", a dupla disse que se "dedicou" a arrecadar dinheiro para a British Heart Foundation (BHF), que está comemorando seu 60º aniversário nesta semana, publicou o Daily Mail. “Tivemos nosso primeiro filho em 1972 e, infelizmente, ele nasceu com uma doença cardíaca congênita”, disse Machin, de 80 anos. “Ele viveu por um ano, mas morreu no dia seguinte ao seu primeiro aniversário.”
Em seguida, eles tiveram a filha Andrea, que não herdou o problema do coração. Em junho de 1976, June deu à luz seu filho mais novo, Anthony. “Ele tinha a doença congênita, seus órgãos estavam do lado errado do corpo, viveu apenas alguns dias.”
A mãe lembra como se apegou à filha viva. “Andrea foi certamente minha salvadora nas duas vezes, porque estávamos grávidos dela quando Ian morreu e, obviamente, eu tive que cuidar de mim mesma para este bebê. E então ela tinha dois anos e meio quando tivemos Anthony. Eu precisei ser forte pois tinha uma filha pequena para cuidar.”
Mais tarde, o casal descobriu que a condição com que Ian e Anthony haviam nascido ocorre apenas em crianças que têm dois pais com o mesmo gene raro. “Se tivéssemos casado com outros parceiros, isso poderia nunca ter acontecido. Mas o fato de que ambos temos o mesmo gene é o que causou isso ... é uma chance em um milhão”, disse June. “Queríamos saber mais para ver se Andrea poderia ter um problema quando fosse mais velha, mas ela não tem. Ao descobrir, ficamos aliviados, foi um conforto saber o que havia causado isso.”
Ao lado de membros do comitê local de arrecadação de fundos, eles oferecem jantares de tortas e ervilhas, cafés pela manhã e vendas de bolos para arrecadar dinheiro, e ainda costumam ficar parados com baldes de coleta em frente aos supermercados. Andrea e sua neta, Emily, de 9 anos, também começaram a arrecadar fundos regularmente.
A BHF foi fundada em 1961, quando 70% dos ataques cardíacos eram fatais, sendo que oito em cada dez bebês nascidos com problemas cardíacos congênitos morriam antes de seu primeiro aniversário. Hoje, oito em cada dez sobrevivem até a idade adulta. “As mudanças, não apenas no tratamento de crianças, mas em todas as cirurgias cardíacas foram enormes”, disse o cirurgião cardíaco Gianni Angelini, da BHF no Bristol Heart Institute.
“A cirurgia de revascularização do miocárdio na década de 1980 tinha uma taxa de mortalidade de 18-20%. Quando comecei, um em cada quatro pacientes morria de operações cardíacas. Mas agora as chances de isso acontecer são em torno de 1% ou menos. É muito, muito seguro. Uma parte significativa disso se deve ao fato de a BHF financiar pessoas como eu para formar equipes de pesquisa como temos em Bristol”, finalizou o médico.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/08/casal-que-perdeu-bebes-por-doenca-cardiaca-se-dedica-apoiar-pesquisas-medicas.html