Saturday, August 14, 2021

"Confiar nos filhos é bem melhor que controlar", diz psicóloga Mônica Pessanha

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Não sei vocês, mas já tiveram aquela experiência de se sentar em frente à TV para assistir algo e começa a olhar o menu da TV paga ou ir de canal em canal até achar algo de que realmente nos agrade? E quando achamos, nós desfrutamos desse momento com aquela sensação de “até que enfim!” Essa sensação é tão boa que queremos transpô-la para outros aspectos de nossas vidas, sobretudo a educação de nossos filhos. Afinal, quem nunca desejou ter um controle remoto que permitisse que nossos filhos acatassem nossos pedidos e fizessem tudo que quisermos?

4 coisas que todo pai deve saber para controlar o estresse (Foto: Thinkstock)

 

No entanto, quanto mais interpelamos a criança de um lugar de controle, menos confiáveis ​​elas se tornam. Nossos filhos respondem às versões de si mesmos que refletimos. Não é à toa que nós agimos com base em nossas crenças pessoais. Assim, quando lançamos mão de coisas como: controle rígido, supervisão constante e previsões negativas sobre nossos filhos, estamos essencialmente mostrando a eles, mesmo sem querer, de que não são dignos de confiança. Isso é prejudicial para o desenvolvimento dos pequenos, pois ao perceber que é controlada para tomar boas decisões, a criança pode ter mais dificuldades para usar sua bússola moral, desenvolver a capacidade de ser atenciosa, respeitosa ou projetar consequências dos seus atos com antecedência.

É claro que não podemos dar aos filhos controle total sobre suas vidas. Para começar, eles precisam se sentir seguros. Assim, em situações em que está fisicamente agitada (batendo, correndo com algo perigoso nas mãos, chutando etc) ou emocionalmente fora de controle (provocação verbal, gritos e birras), uma criança, na verdade, está desesperada por nossa ajuda para se conter. Nesses instantes, é nítida a necessidade que temos de intervir, fazer uso da nossa autoridade e tomar decisões por nossos filhos que eles não podem tomar por si mesmos, orientando-as. Isso não é controle. Isso é amor que oferece segurança.

 


Agora, talvez você esteja se perguntando: como isso acontece no dia a dia? A grande questão aqui é perceber as situações em que o que está em jogo não é a segurança, mas o controle. Dito de outra maneira, precisamos ver se a forma como agimos pende para o controle ou não. Então, vamos imaginar que seus filhos estão na sala discutindo sobre qual desenho vão assistir. Quando abordamos essa situação a partir do controle, basicamente dizemos: “ Vocês dois sempre discutem sobre qual programa assistir! Só vou escolher um para vocês. Será que nunca podem decidir as coisas sem brigar?” O que as crianças ouvem e absorvem como parte de seu autoconceito em desenvolvimento a partir dessa situação, na verdade, é “Ninguém espera que eu seja capaz de resolver as coisas”.

Por outro lado, quando abordamos a situação a partir de uma perspectiva que mostra confiança na criança, optamos por um outro tipo de conversa. Nós podemos, por exemplo, dizer a elas: “Tenho certeza de que vocês conseguem resolver essa situação e decidir, sem brigas, o que assistir. Então eu vou pegar o controle remoto e quando vocês decidirem, é só me pedir de volta que eu o entrego. Aqui a criança pensa: “Sou alguém que pode resolver problemas” e cria uma percepção mais positiva de si mesma.

Enfim, quando você coloca um pouco de fé em seu filho e confia na sua capacidade de fazer boas escolhas – oferecendo espaço para que ele consiga fazer isso, coisas maravilhosas acontecem. Sim, dar espaço, pequenas oportunidades de exercerem sua capacidade de tomar decis ões. Isso é muito importante para o desenvolvimento dos pequenos. Experimente! Afinal, para que nossos filhos se tornem confiáveis e tenham confiança em si mesmos, sendo capazes de fazer boas escolhas, precisamos dar a eles oportunidades de fazer isso primeiro. Lembre-se de que a confiança é melhor que o controle.

Mônica Pessanha é psicanalista de crianças, adolescentes e mães. É co-autora do livro 'Criando filhos para a vida'. É mãe de mãe de dois, um que virou “estrelinha” e da Melissa, 13 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Monica-Pessanha/noticia/2021/08/confiar-nos-filhos-e-bem-melhor-que-controlar-diz-psicologa-monica-pessanha.html

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