Uma mulher que nasceu sem útero está decidida a se tornar mãe. Jaclyn Misch, de Michigan, EUA, tinha 16 anos quando começou a achar que havia algo errado com a saúde, já que ela ainda não tinha menstruado. Após várias consultas médicas, ela foi diagnosticada com Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH) Tipo 1, uma condição rara que ocorre em mulheres e afeta principalmente o sistema reprodutor. “Eu era uma em cada 5.000 mulheres em todo o mundo com diagnóstico de Síndrome MRKH”, disse ao Mirror.
Ela nasceu sem útero e também tinha uma vagina incompleta. Um dilatador foi usado para esticar seu canal vaginal para que ela pudesse fazer sexo com penetração. “As mulheres com MRKH têm um canal vaginal 'raso', ou seja, para ter relações sexuais, você precisa se autodilatar (esticar a pele com um dilatador por 20 minutos, duas vezes ao dia). Tive que usar esses dilatadores para fazer sexo, nunca menstruei e ficava imaginando que nunca teria um filho. Eu não sentia o mesmo que as outras mulheres", diz.
Jaclyn disse que manteve silêncio sobre a condição por anos, não contou nem para os seus familiares. Em 2011, ela ganhou o título de Miss Michigan EUA 2013, conheceu Jonathan e se casou com ele em 2015. O casal tentou ter um bebê por fertilização in vitro e barriga de aluguel. Foram três transferências de embriões malsucedidas. "Eu tive amigas com MRKH que engravidaram em sua primeira transferência de embriões que pensei que isso aconteceria conosco também, pois nossos embriões eram perfeitamente normais. Mas não foi assim três vezes seguidas. A espera também é extremamente difícil”, diz.
Agora, o casal está com uma nova barriga de aluguel para tentar o tão desejado sonho de ser pais. “Atualmente, temos uma nova barriga de aluguel e estamos muito gratos que ela se ofereceu para nos ajudar a começar uma família. Estamos no processo de examiná-la por nosso médico de fertilização in vitro."
Jaclyn disse sempre sonhou em ter uma barriguinha de grávida e de ser mãe, que a infância inteira brincava de boneca. A barriga de grávida ela sabe que será impossível, mas ser mãe ela ainda acredita que vai conseguir. Ela decidiu contar a sua história para conscientizar sobre a MRKH e também para encorajar outros pais. "Você nunca está sozinho; tantas mulheres foram diagnosticadas com MRKH em todo o mundo que há uma rede inteira de irmãs MRKH esperando por você com incentivo, compreensão e apoio em todas as fases do MRKH."
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