Uma mãe, que não estava vacinada, acabou não resistindo à covid-19 e faleceu após dar à luz. Amanda Perry, 36, não era contra as vacinas, mas estava receosa de receber o imunizante durante a gravidez, pois temia que isso afetasse seu bebê [veja o que diz o CDC sobre a vacinação das gestantes no final da matéria]. No entanto, em meados de setembro, quando estava com 32 semanas, a gestante contraiu o vírus.
Segundo informações do portal The Mirror, no início, Amanda ficou resistente em procurar assistência médica, mas como seu quadro piorou, ela (que estava com a covid-19 e pneumonia) precisou ser hospitalizada no dia 15 de setembro, em Tennessee, nos Estados Unidos. Logo depois, a paciente foi levada às pressas para uma cesárea de emergência e deu à luz o pequeno Nolan — oito semanas antes do previsto.
Após o parto, a condição de Amanda continuou a se agravar e ela foi levada de avião para um centro de trauma na Virgínia, nos Estados Unidos, porque o hospital local estava enfrentando problemas de capacidade. O marido, Billy, viajou para ficar ao lado dela.
Enquanto estava internada, Amanda apresentava sintomas como febre alta, mastite, bactérias no sangue e colapso pulmonar. "A última coisa que eu disse a ela antes de colocá-la no respirador foi que faria tudo ao meu alcance para ajudar a criar seus dois filhos. E eu farei", contou o marido ao Newsweek. Billy ainda complementou dizendo que a esposa não tinha sido vacinada, mas planejava se vacinar após o parto. Infelizmente, ela morreu em 18 de outubro, após uma batalha de um mês contra o vírus.
Depois do nascimento, o pequeno Nolan passou um mês em uma unidade de terapia intensiva até receber alta e, enfim, poder ficar aos cuidados de sua avó, Carlene Bennett, que também está responsável pelos irmãos mais velhos do recém-nascido. Amanda e Billy estavam casados desde 2017 e tinham cinco filhos de casamentos anteriores. O casal já estava tentando engravidar há um tempo, porém, Amanda sofreu três abortos espontâneos antes de dar à luz Nolan.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos defendeu que todas as grávidas, tentantes e puérperas se vacinem contra a covid-19 o mais rápido possível. Em um alerta de saúde, a instituição voltou a reforçar a segurança das vacinas e sugeriu uma "ação urgente para aumentar a imunização" desses grupos.
"O CDC recomenda fortemente a vacinação contra a COVID-19 antes ou durante a gravidez, porque os benefícios da vacinação superam os riscos conhecidos ou potenciais", diz o comunicado.
O alerta foi emitido por causa do aumento do número de casos de mortes maternas causados pelo vírus nos Estados Unidos. O mês de agosto de 2021 foi o pior desde o começo da pandemia: 22 mulheres grávidas morreram por causa da doença. Dados da Rede de Vigilância Hospitalar Associada à COVID-19 (COVID-NET) em 2021 mostram que 97% das gestantes hospitalizadas com infecção confirmada por SARS-CoV-2 não foram vacinadas.
Já é comprovado que grávidas e puérperas com covid-19 têm maior probabilidade de desenvolver quadros graves da doença. "Embora o risco absoluto seja baixo, em comparação com pessoas sintomáticas não grávidas, as grávidas sintomáticas têm risco mais de duas vezes maior de exigir admissão na UTI, ventilação invasiva e ECMO, e um risco 70% maior de morte", explica o CDC no comunicado.
Esse é o motivo para que o órgão peça mais agilidade na vacinação desses grupos. Nos Estados Unidos, até 18 de setembro de 2021, apenas 31% das grávidas havia tomado as duas doses ou a dose única da vacina. Já no Brasil o número é ainda menor: apenas 13%, segundo dados disponíveis no Localiza SUS e divulgados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr). "Além disso, as pessoas grávidas devem continuar a seguir todas as medidas de prevenção recomendadas e devem procurar atendimento imediatamente para quaisquer sintomas da covid-19", finaliza.
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Saude/noticia/2021/10/apos-tres-abortos-espontaneos-mae-que-nao-estava-vacinada-da-luz-mas-nao-resiste-covid-19.html