Uma a cada cinco crianças brasileiras entre 6 meses e 2 anos de idade tem anemia, aponta o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) publicado nesta terça-feira (19). Feita por pesquisadores da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), a análise contou com dados de 14.558 crianças brasileiras de todos os estados do país com idades entre 6 meses e 5 anos. Na pesquisa, amostras de sangue dos participantes foram coletadas para avaliação do estado nutricional dos pequenos entre fevereiro de 2019 e março de 2020.
Ao considerar crianças de até 5 anos de idade, a anemia, que é caracterizada pela deficiência na concentração da hemoglobina ou por problemas na produção de glóbulos vermelhos, atinge 10% dos pequenos, já a anemia ferropriva, aquela que ocorre por causa da deficiência de ferro, afeta 3,5%. A anemia teve expressiva prevalência na região Norte do país (17% para anemia e 6,5% para anemia ferropriva) – um número bem acima da média nacional para essa faixa etária.
No relatório, os pesquisadores destacaram o fato de a anemia ferropriva ser responsável por apenas um terço dos casos de anemia observados nas crianças brasileiras. “Essa evidência sugere que outros fatores diferentes do aporte de ferro possam estar envolvidos no desenvolvimento de outros tipos de anemia”, escreveram os autores do estudo. “Um exemplo é a anemia da inflamação que pode estar associado a doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade, e à deficiência de micronutrientes com papel antioxidante, como a vitamina A e zinco”.
Além da anemia, o estudo analisou outras deficiências nutricionais e descobriu que 4,3% têm falta de vitamina D, 6% das crianças sofrem com insuficiência de vitamina A, 14,2% têm falta de vitamina B12 e 17,8% apresentam deficiência de zinco. De acordo com os pesquisadores, os índices de anemia e deficiência de zinco entre as crianças apontam a necessidade de investir em políticas de prevenção desses problemas, principalmente para as populações mais vulneráveis. Já os índices de vitamina D tranquilizaram os estudiosos. “A baixa prevalência de insuficiência de vitamina D observada na população de estudo sugere que a carência desse micronutriente não seja um problema de saúde pública no Brasil”, diz o relatório.
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