Não é novidade para ninguém que o aleitamento materno protege contra infecções respiratórias e digestivas, especialmente se seguidas as recomendações de ser iniciado na sala de parto, oferecido em livre demanda e exclusivo até o sexto mês, além de mantido até os 2 anos ou mais. Dessa forma, 820 mil mortes anuais, em crianças abaixo de 5 anos de idade, seriam evitadas no mundo.
Que antibióticos agem contra "bactérias sensíveis" e não só contra "bactérias patogênicas" (ruins) e isso causa uma disbiose (desequilíbrio da flora bacteriana intestinal, uma das grandes responsáveis pela defesa de nosso organismo) também não causa nenhum espanto. Por isso, a prescrição de antibióticos deve ter indicação precisa e o seu controle, para evitar a automedicação e outros prejuízos à saúde pelo seu uso indevido – seguindo a RDC 44, de 26 de outubro de 2010 da Anvisa –, deve ser de conhecimento de todos os profisionais de saúde, afastando, assim, o aumento de quadros de resistência bacteriana a esse tipo de medicamento, entre outras complicações.
Estudo recente, publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, analisou possíveis causas para que os bebês, que são mais suscetíveis a infecções fatais, apresentassem maiores índices de resistência bacteriana a antibióticos, gerando infecções mais graves.
Os resultados apontaram para o impacto da alimentação dos lactentes e uma exposição precoce à fórmula infantil como fatores significativos para esse desfecho. O grupo que recebeu fórmula apresentava 69% a mais de bactérias que carregavam genes de resistência bacteriana (ARG) em comparação com bebês alimentados exclusivamente com leite humano. Além disso, os bebês alimentados com fórmula também tinham significativamente menos bactérias infantis típicas, como as bifidobactérias, que trazem benefícios potenciais à saúde.
O estudo traz a seguinte conclusão: a descoberta de que a exposição à fórmula está relacionada com uma carga maior de ARG neonatal estabelece a base de que os médicos devem considerar o modo de alimentação, além do uso de antibióticos durante os primeiros meses de vida, para minimizar a proliferação de bactérias intestinais resistentes a antibióticos em bebês.
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