Um menino de 7 anos foi atacado pelo seu cão e não resistiu. James McNeelis morreu no dia 20 de outubro, em Oklahoma, nos Estados Unidos. A família havia encontrado o animal abandonado na beira de uma estrada três semanas antes do incidente.
De acordo com a afiliada da CBS News, primeiramente, o menino foi dado como desaparecido por sua família depois que ele saiu para brincar no quintal, onde acredita-se que ele tenha sido atacado pelo cachorro. Uma postagem feita na página GoFundMe criada em memória de James diz: “Em 20 de outubro de 2021, Michael e Hannah encontraram seu filho atacado em seu quintal”.
Os vizinhos da família, na cidade de Kiefer, disseram que foram alertados sobre a situação quando veículos de patrulha de emergência foram acionados para ajudar a buscar o menino. No entanto, foram os próprios pais que encontraram a criança. “Nós sabíamos que algo estava errado. Como mãe, você conhece aquele grito, se alguém já ouviu aquele grito, você conhece aquele grito. Algo estava catastroficamente errado”, disse a vizinha da família, Shannon Edison, à imprensa.
Segundo o site Mirror, o cão é uma mistura das raças corgi e shetland e ele não teria mostrado sinais de agressão antes do incidente. Agora, o animal está em uma instalação de controle de animais. O Gabinete do Xerife do Condado de Creek e o Escritório do Examinador Médico de Oklahoma estão investigando o ataque. "Nossas indicações ou investigações preliminares indicam que foi o animal", disse o xerife Bret Bowling do condado de Creek à KOCO.
O pai do menino, Michael, compartilhou sua dor e prestou homenagem a James em uma postagem no Facebook. "Ele estava tão cheio de vida e luz e ia mudar o mundo. E ainda vai. Sua luz mudará o mundo. Sentimo-nos sozinhos e perdidos sem ele e estamos fazendo tudo o que podemos, mas é difícil. Tudo dói sem o meu filho aqui", finalizou.
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"É muito comum ouvir que um cão que normalmente era dócil atacou de repente. Mas, na verdade, nenhum animal, de nenhuma espécie, 'ataca de repente'. Antes, eles vão dando alguns sinais, o problema é que as pessoas não identificam ou não sabem identificar esse sinais", explica a comportamentalista canina Renata Gomes de Lima, proprietária do Bangalô Dog Hostel (SP). "O que existe, hoje, é uma falta de conhecimento, de saber como os animais funcionam. As pessoas recebem muitas informações sobre os pets, como sendo um 'brinquedo fofinho', mas, na verdade, os cães são animais predadores na natureza. Eles atacam por diversos motivos e não apenas porque querem agredir ou destruir. Normalmente, isso acontece quando eles têm suas necessidades negligenciadas. Cães não são crianças, eles não são seres humanos, são de outra espécie e, portanto, têm outra maneira de viver", alerta.
Segundo a especialista, a noção de espaço dos animais é completamente diferente de um humano. "Eles têm muito forte essa questão de invasão de espaço. Um animal que tem seu espaço invadido acaba tendo uma reação. Não existe emoção ou ciúmes, o que existe é ação e reação", explica. Renata diz que é errado rotular uma raça como sendo mais agressiva. "Existem raças diferentes, mas também indivíduos diferentes, assim como irmãos que foram criados da mesma forma e têm pesonalidades distintas. Por isso, é importante conhecer seu animal e saber identificar seus sinais. O que acontece muito também é que um pit bull ou um bull dog, por exemplo, que possuem a mordida mais forte, acabam entrando para a estatística de cães que mais mordem porque geralmente causam ferimentos mais graves. Por outro lado, raças menores também podem morder bastante, só que não levam as pessoas para o hospital", disse.
Abaixo, reunimos algumas dicas da especialista que podem ajudar a ter uma boa relação com o animal e evitar acidentes:
Pesquise sobre as raças
Se você fosse adotar um tigre ou uma cobra, antes, certamente iria pesquisar todas as informações que envolvem esses animais para se precaver em relação a eles no nosso ambiente familiar, não é? Infelizmente, com os cães, as pessoas não costumam fazer isso. Por exemplo, algumas raças específicas, como as japonesas, que é o caso do Chow Chow, costumam ser de difícil interpretação até para quem trabalha com cães, pois a expressão deles é muito igual. É difícil diferenciar quando estão desconfortáveis, por exemplo. Eles são mais primitivos e exigem mais espaço, isso significa que não são cães de ficar abraçando, apesar de parecerem ursinho. Outras raças precisam gastar mais energia e necessitam de mais espaço, podendo ficar entediadas e frustradas dentro de casa. Portanto, é fundamental conhecer e buscar uma raça que mais se encaixe à sua rotina famíliar.
Atenda às necessidade do animal
As necessidades dos cães são simples: eles precisam caminhar — isso faz com que tenham equilíbrio mental e físico — alimentar-se e descansar. Se você propuser essa rotina estruturada diariamente, ele será um animal mais equilibrado.
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Conheça seu cão
Os cãos sempre dão sinais de que algo está errado. De uma forma genérica, quando ele se curva para trás, está acoado e cães atacam muito mais por medo do que por agressividade. Portanto, um cão que tem medo é mais perigoso, mas isso são sinais genéricos. Para fazer uma boa leitura de um animal é preciso conhecê-lo, obervá-lo e conviver com ele. Quando você coloca um cão dentro de casa, precisa estar disposto a construir um relacionamento interespécies. É fundamental entender quais são as necessidades dele, o que é preciso para suprí-las e o que esse animal precisa aprender e entender sobre a rotina da família para fazer parte do contexto humano. Quando você negligencia isso, acaba criando desiformação.
Construa um relacionamento
Quando se tem um animal e uma criança em casa é importante gerenciar a estrutura. Para que um cão tenha respeito pela criança é fundamental separar os espaços. Toda vez que inserir uma pessoa nova no espaço dos cães, ou até um cão novo, precisa fazer uma apresentação para que entendam que aquele ser não é uma ameaça, e que você, enquanto lider desse grupo, é a referência. E essa apresentação deve ser feita dando espaço. Nunca apresente uma pessoa ou outro animal para um cão colocando o rosto com rosto, focinho com focinho. Faça sempre de lado e com muito espaço. Pois, essa interação de frente, cara a cara, é uma posição muito afrontosa para eles e pode dar muito errado, como quando um cão morde o rosto de uma criança e acontece uma tragédia. Pode dar certo uma vez ou outra, mas acredite, pode dar muito errado!
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Nunca deixa um animal perto de um bebê
Não é seguro deixar nenhum cão perto de um bebê sem supervisão e, mesmo com supervisão, nunca deixe o acesso livre. Claro que existem muitos cães que amam crianças, mas não é recomendada a aproximação de livre acesso, pois, antes, o cão precisa aprender a respeitar o espaço do bebê. Quando falamos em espaço, estar próximo já é uma invasão de espaço para o animal. O animal precisa, primeiro, simplesmente existir na presença do bebê. Ele pode estar no mesmo ambiente, mas sem interação. Conforme a criança for crescendo, ela também vai precisar aprender a respeitar o espaço desse cachorro e entender que existe um limite. Para as coisas darem certo, é preciso, antes, coexistir. Se haverá interação, depende do cachorro. Se o cão é mais reservado, não deve existir uma interação de correr, puxar, apertar e morder. A criança pode, por outro lado, aprender a conduzir o cão com a guia ou dar a comida. Com isso, o cão vai entender o respeito que ele deve ter por aquela pessoa, independentemente da idade dela. E isso tudo é construído.
Por fim, a especialista faz uma provocação: "Antes de pegar um cão, abraçar, beijar e agarrar, pergunte a si mesmo se você está fazendo isso para ele ou para você. A resposta, muitas vezes, será: 'Pra mim mesmo'. Então, cabe aos adultos entenderem e organizarem melhor essas questões com as crianças. Cachorro não é brinquedo!", finalizou.
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/10/menino-de-7-anos-e-atacado-por-cao-adotado-semanas-antes-e-nao-resiste.html