Estresse e depressão durante a gravidez estão ligados a mudança na placenta, de acordo com estudo publicado pelo Instituto Americano de Saúde em Bethesda, Estados Unidos. Os resultados, publicados em um jornal científico nesta terça-feira (26) apontam que as alterações no órgão podem afetar a genética do feto.
Para investigar os efeitos do estresse e da depressão durante a gravidez, o Instituto avaliou 301 mulheres grávidas que estavam sendo acompanhadas em 12 clínicas nos Estados Unidos. Ao longo do estudo, as participantes responderam cinco questionários sobre seus sentimentos durante a gestação. Pouco depois de cada mulher dar à luz, os pesquisadores coletaram amostras de tecido da placenta em busca de possíveis alterações no órgão.
De acordo com o pesquisador-chefe Markos Tesfaye, há evidências de que modificações químicas na placenta podem levar a alterações em tecidos fetais, como o cérebro. A equipe descobriu que as mulheres com depressão no segundo ou terceiro trimestre tinham mais risco de apresentar alterações em 16 áreas da placenta. Já as que relataram estresse elevado ao longo do terceiro trimestre tiverem maior probabilidade de mudanças em duas regiões do órgão.
"O estudo indica que a depressão materna altera a placenta em regiões críticos para a programação do cérebro do feto", disse, em nota, o coautor autor do estudo Fasil Tekola-Ayele. “Nossas descobertas mostram como é importante o apoio de políticas públicas para dar as grávidas todo o apoio que precisam durante a gravidez. E para as mulheres, mostra a importância de priorizar a saúde física e mental. Uma mãe feliz e saudável é o fator mais importante para o desenvolvimento de um bebê feliz e saudável."
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