Wednesday, October 27, 2021

Covid-19: Febrasgo orienta que gestantes recebam dose de reforço da vacina

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A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) divulgou um comunicado nesta segunda-feira (25) em que recomenda que gestantes e puérperas recebam a dose de reforço de imunização contra a covid-19. Segundo a instituição, nesse grupo, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), decorrente de infecção pelo novo coronavírus, está associada a risco elevado de morbidade e mortalidade materna, além do maior risco de prematuridade.

Diante dessa situação, a Febrasgo orienta que a imunização de reforço ocorra, pelo menos, seis meses após o recebimento da segunda dose. A entidade ressalta, ainda, que esse reforço seja ministrado com vacinas aprovadas para mulheres grávidas e em puerpério, preferencialmente a da Pfizer/BioNTech. "Produzida a partir de mRNA, esta vacina foi bastante aplicada em gestantes e não apresentou intercorrências", diz a nota. Caso não esteja disponível, a vacina CoronaVac, produzida pelo Butantan por meio de vírus inativado, também é permitida para aplicação neste grupo.

Gestantes acima do peso estão propensas a tomar mais remédios (Foto: Jonas Kakaroto-Pexels)

 

De acordo com a instituição, essas recomendações poderão ser revistas a qualquer momento conforme aparecerem novas evidências científicas. 

Vacinação de gestantes e puérperas 

Vale ressaltar que o Brasil enfrenta uma baixa adesão de grávidas à vacinação. Até o dia 17 de setembro, apenas 421.245 gestantes e puérperas estavam totalmente imunizadas contra a covid-19 no país. Isso representa apenas 13% do total de 3,1 milhões de grávidas previstas no Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. Os números foram calculados pela CRESCER a partir de estimativas de dados disponíveis no Localiza SUS e divulgados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr).

Os dados mostram que futuras mães e as que tiveram bebês recentemente ainda seguem expostas ao risco de contrair o vírus SARS-CoV-2 e evoluir para quadros graves.

Até o último dia 15 de setembro de 2021, 1.318.196 doses da vacina contra a covid-19 tinham sido aplicadas em gestantes e puérperas. Porém, apenas 421.245 mulheres desse grupo já estão completamente imunizadas – ou seja, já tomaram as duas doses ou uma vacina de dose única.

Desigualdade na imunização

O ritmo de vacinação não é o mesmo em todas as regiões do Brasil. Os estados com o maior número de mulheres grávidas ou puérperas totalmente imunizadas são Paraná (30%), Espírito Santo (23%) e Pernambuco (22%). Enquanto isso, até agora, Roraima (1%), Ceará (2%) e Amapá (3%) são os que menos vacinaram essa população.

Em junho, apenas 9.702 (3,2%) grávidas estavam completamente vacinadas e protegidas contra o vírus no Brasil. Isso significa que, de lá pra cá, pelo menos mais 411.513 mulheres conseguiram completar o esquema de vacinação. Apesar do aumento de quase 10% da cobertura vacinal nos últimos três meses, a evolução lenta da campanha preocupa especialistas.

Segundo a ginecologista Rossana Pulcineli Vieira Francisco, uma das criadoras do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 e presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, vários fatores explicam esse cenário. A divulgação de fake news sobre vacinas, o medo de certas mulheres por falta de informação e o excesso de burocracias (como solitações de prescrições médicas) são alguns exemplos.

Os riscos da covid-19 para grávidas

 

 

Enquanto a vacinação de grávidas e puérperas segue em ritmo lento, o número de mortes causadas pela covid-19 nesse grupo continua em alta. Apenas nos nove primeiros meses de 2021, a covid-19 já matou mais que o dobro de gestantes do que em todo o ano de 2020.

O número de grávidas que faleceram em decorrência da doença já é 206% maior do que no ano passado. Desde o começo da pandemia, 1.869 gestantes perdaram a vida para o vírus SARS-CoV-2. Desse total, 1.409 óbitos maternos aconteceram nos últimos nove meses.

A letalidade da doença também aumentou de lá para cá. No ano passado, 7,4% das grávidas contaminadas pelo vírus vieram a óbito. Neste ano, 14,9% não resistiram à doença. Ainda segundo o OOBr Covid-19, desde o começo da pandemia, uma a cada cinco grávidas vítimas da covid-19 morreu antes mesmo de conseguir acesso à UTI e 32,4% delas não tiveram tempo sequer se serem intubadas.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Saude/noticia/2021/10/covid-19-febrasgo-orienta-que-gestantes-recebam-dose-de-reforco-da-vacina.html

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