Um menino de 12 anos e sua mãe estão alertando outras pessoas sobre os perigos dos crocodilos depois que ele foi atacado por um réptil durante as férias da família, no México. Em entrevista à PEOPLE, Charlie Buhl disse que sua vida "mudou para sempre" após o incidente, em junho deste ano. Na época, ele estava brincando de esconde-esconde com alguns amigos no deck da piscina do Club Med Cancún. Enquanto se escondia na escada que de acesso à lagoa, Charlie foi repentinamente atacado por um crocodilo de cerca de 4 metros. O animal saltou da água e agarrou sua perna. “Parecia que fui esfaqueado. Eu sabia que era real, mas não queria que fosse real", lembra.
+ Vídeo: tratadora é atacada por crocodilo na frente de crianças, nos EUA
Sua mãe, Jennifer, 50, e seu irmão de 7 anos, Johnny, tiveram que estender suas férias por mais quatro semanas, pois Charlie precisou passar por vários procedimentos médicos em um hospital de Cancún. Em julho, ele finalmente recebeu alta e voltou para casa, na Filadélfia, onde está focado em sua recuperação, e em compartilhar sua história para que outros não passem pela mesma experiência. "Não tenho medo de falar sobre isso [ou] ir para o mesmo hotel de novo", diz ele. "Mas eu não me sentaria na mesma escada se soubesse que havia crocodilos ali e poderia ter sido mordido. Não teria sentado", afirmou.
Refletindo sobre aquela noite assustadora, Charlie disse que foi um amigo quem primeiro lhe contou sobre o "ótimo esconderijo nas escadas ao lado da lagoa", onde ele havia se escondido na rodada anterior. De acordo com Jennifer, as escadas levam à lagoa, que é frequentemente usada para excursões diurnas no resort, e tem um portão de metal, que "não tem fechadura" e "não tinha placas ou avisos". Enquanto Charlie se sentava com um amigo por volta das 20h55, ele foi repentinamente puxado para a água, afirma a família. "Charlie continuou agarrando as escadas para tentar se libertar, mas não conseguiu", conta a mãe.
Segundo ela, outra mãe ouviu os gritos dele e correu para ajudar. “Ela ouviu os gritos e viu que ele não estava brincando”, explica. "[Sua família] foi correndo. Quando eles chegaram, Charlie estava debaixo d'água. Eles não podiam vê-lo", conta. Então, um grupo de homens também foi ajudar e um começou a puxar Charlie para longe do réptil enquanto os outros três acertaram o crocodilo com os punhos e pés e cobriram seus olhos com um travesseiro do deque da piscina. Depois de muitos puxões para frente e para trás, o réptil soltou a perna de Charlie e o grupo o ergueu em segurança no deque da piscina.
Charlie disse que pode se lembrar vividamente do crocodilo "apertando" sua perna e puxando "o máximo que pode". "Lembro-me de ele ter me puxado para baixo duas vezes. Mas quando olhei, ainda podia ver a luz, então sei que só estive embaixo por meio segundo", recorda. "No início, não doeu nada. Apenas parecia que alguém agarrava sua perna e a apertava com as mãos com força. Quase parecia que seus dentes estavam segurando o sangue porque doía menos com os dentes [minha perna] do que quando eu estava no chão [depois]”, acrescenta.
+ Disney remove 250 crocodilos desde que menino de 2 anos foi morto em ataque há cinco anos
Durante o ataque, Jennifer estava jantando em um restaurante com vista para o deque. “Fui descrita na época [como] um touro em uma loja de porcelana", lembra ela. "Meu corpo estava em pânico", diz. "Eu cheguei onde ele estava no deck da piscina e simplesmente caí. Fique consolada por ele estar aquecido, falando e chorando. Então, eu comecei a orar porque era o que vinha naturalmente. Não havia nada para eu fazer a não ser orar", diz.
Jennifer diz que levou cerca de 30 minutos para uma ambulância chegar ao local antes de Charlie ser transportado para um hospital. Lá, a família foi informada de que os ferimentos eram "extremamente graves" e que ele "provavelmente perderia a perna". “Foi muito assustador”, diz Jennifer. Charlie foi submetido a uma cirurgia e os médicos conseguiram salvar sua perna grampeando a aba de pele aberta. Ainda assim, eles estavam preocupados com a exposição à bactérias. "Então, eles faziam um acompanhamento a cada três dias com limpezas cirúrgicas na sala de cirurgia", lembra a mãe.
Charlie ainda passou por 15 tratamentos de câmara hiperbárica e recebeu uma injeção de vitamina C, antes de receber alta, diz sua mãe. Hoje, o menino de 12 anos está lentamente trabalhando para recuperar a mobilidade e voltar ao jogo que ama: o futebol. "Posso andar e correr mancando. Ainda posso chutar a bola de futebol, mas ainda não consigo [jogar]", explica ele.
Agora, Charlie e sua mãe também têm a missão de fazer alertas sobre crocodilos perto de resorts em Cancún. “É uma grande atração turística e é preciso haver avisos nos aeroportos ou hotéis”, diz Jennifer. "A lagoa também precisa ser melhor separada das pessoas com tantos crocodilos lá", acrescentou. "Só quero que as pessoas saibam que podem morrer lá", disse o menino.
"A segurança de nossos hóspedes e funcionários é nossa maior prioridade", disse um porta-voz na declaração do resort à PEOPLE. "O Club Med Cancún reforçou a área ao redor da lagoa aumentando o número de placas, iluminando e instalando cercas mais altas para proteger ainda mais a segurança de nossos hóspedes e funcionários da lagoa ao redor", disse.
"Os sinais de alerta existentes em vários locais do resort foram ampliados e aumentados para alertar sobre a presença e o perigo potencial da vida selvagem na lagoa, incluindo crocodilos. O Club Med se reuniu com funcionários do governo e ministérios ambientais para expressar preocupações sobre o gerenciamento contínuo de lagoas naturais protegidas. O Club Med revisa todos os seus protocolos de segurança regularmente e continua avaliando se medidas adicionais precisam ser tomadas", finalizou. Jennifer disse que a assistência do resort cobriu 100% das despesas médicas da família.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/10/menino-de-12-anos-lembra-ataque-de-crocodilo-durante-ferias-em-familia-em-cancun-nao-queria-que-fosse-real.html