Thursday, November 25, 2021

"Pesquisa feita com crianças de até 8 anos revelou que 50% delas acordam pelo menos uma vez à noite para olhar as redes sociais", diz psicólogo em congresso de educação

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O segundo "Congresso Internacional de Educação Parental" aconteceu em São Paulo e reuniu diversos palestrantes brasileiros e também de fora do país. Participaram nomes como a educadora parental Lua Barros, a psicopedagoga Laura Gutman, o psiquiatra Wimer Bottura Jr e a diretora executiva da "Positive Discipline Association", Kelly Gfroerer.

 (Foto: Dani Ortiz)

 


Foram debatidos diversos assuntos dentro da educação, como a relação família e escola, a Disciplina Positiva, os estilos parentais, a sexualidade infantil e o uso da tecnologia. Este último apareceu em diversos painéis, mas também uma palestra especialmente sobre ele, ministrada pelo psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Ambulatório dos Transtornos do Impulso (AMITI) do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ele trouxe dados alarmantes e chamou a atenção para o uso de telas em excesso, algo que aconteceu especialmente na pandemia. “As crianças de hoje fazem parte da geração digital, estão expostas à tecnologia desde o nascimento. Elas digitam rápido, acessam várias plataformas ao mesmo tempo e dificilmente se desconectam. O que é muito grave, se lembrarmos que até os 25 anos, o jovem não tem controle da impulsividade, ele é muito mais propenso a fazer coisas que não gostaria”, disse.

Ele citou diversas pesquisas com dados preocupantes, como uma da revista americana "Sleep", feita com crianças de até 8 anos, que revelou que 50% delas acordam pelo menos uma vez à noite para olhar as redes sociais. O psicólogo também relatou casos que atende no ambulatório de pais desesperados com os filhos que não saem das telas. Mas o que fazer, então? Para ele, a resposta está no vínculo e na conexão que os pais devem desenvolver com os filhos. “Quanto mais parentalidade, menor é o risco do filho se engajar num uso problemático ou até descontrolado da internet”, concluiu Nabuco.

 (Foto: Dani Ortiz)

 

Números da área
Muitas pesquisas foram citadas em diversos momentos durante o congresso. Nesse sentido, a palestra “Programas de parentalidade com dados de eficácia comprovada”, ministrada pelas psicólogas e pesquisadoras Elisa Altafim e Maria Beatriz Linhares, ambas da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, chamou a atenção. Elas mostraram diversas pesquisas sobre o quanto a violência ainda faz parte da infância de milhares de crianças no Brasil e no mundo, o que aumentou também nos últimos dois anos.

Uma delas, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), indicou que 3 em cada 4 crianças entre dois e quatro anos são expostas regularmente a algum tipo de violência pelos pais ou cuidadores. Outro estudo apontou que, durante a pandemia, 67% dos pais brasileiros relataram dar chacoalhões, palmadas, pegar com força no braço e chamar o filho de burro ou chato. Elisa e Maria Beatriz falaram sobre como os programas de educação parental podem ajudar. “Muitas vezes, os pais agem de maneira inadequada com seus filhos, porque não sabem como agir, mas quando eles aprendem, eles mudam os seus valores, por isso é tão importante investir nos primeiros anos de vida, para prevenir que crianças sejam expostas a castigos físicos e, assim, mudar esse cenário”, destacou Elisa.

 (Foto: Dani Ortiz)

 


O "Congresso Internacional de Educação Parental" já tem sua terceira edição confirmada para o ano que vem.



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/11/pesquisa-feita-com-criancas-de-ate-8-anos-revelou-que-50-delas-acordam-pelo-menos-uma-vez-noite-para-olhar-redes-sociais-diz-psicologo-em-congresso-de-educacao.html

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