"Um bom começo é a metade". Essa é uma frase de Aristóteles, filósofo grego. Vamos começar sem muitas novidades.
Recomendação da OMS e do UNICEF: aleitamento materno continuado até 2 anos ou mais, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, desde a sala de parto. Assim, é possível prevenir 823 mil mortes por ano de crianças abaixo de 5 anos de idade por doenças infecciosas respiratórias e digestivas (imunidade). Essa prática de amamentação reduz riscos de obesidade infantil, dislipidemias (colesterol e triglicérides), diabetes (metabólicas).
Então é isso. Segue as recomendações e a vida está ganha. #sqn. Muita calma nessa hora.
Quando bebês são amamentados, eles recebem anticorpos pelo leite materno que os protegem contra algumas doenças por um determinado período. Passado esse tempo, esses anticorpos perdem sua ação e só haverá proteção enquanto a criança for amamentada (imunidade passiva - dar o peixe).
Quando uma criança recebe uma vacina, ela fica imunizada contra aquela doença específica, ou seja, sempre que entrar em contato com o vírus ou bactéria causadores da doença, o organismo sabe como produzir os anticorpos novamente, de forma mais intensa e mais rápida (imunidade ativa - ensinar a pescar).
E tem mais: uma dose só da vacina pode não imunizar a criança para toda sua vida e seriam necessárias doses de reforço periódicas (como contra a gripe, por exemplo, que tem que tomar todo ano).
Conheça os calendários de vacinação (SBIM e SUS) e converse com seu pediatra.
Aí seu filho chegou aos 3 anos em aleitamento materno e tem uma alimentação saudável, seguindo o Guia Alimentar para crianças brasileiras abaixo de 2 anos de idade (Ministério da Saúde – 2019). Excelente! O desmame será oportuno e quando vocês definirem.
Vem a comemoração do aniversário: um fast food ou uma festinha familiar com refrigerantes, salgadinhos de pacote, sorvetes, chocolates, balas, biscoitos, bolos, achocolatados, batata frita, salsicha, hambúrguer e... essa conta não vai fechar. Não tem jeito. Não vai fechar.
Os pais (e a família) são o exemplo que os filhos seguirão, especialmente na questão alimentar. O leite materno é poderoso, mas ele precisa de “parceria”, desde a introdução alimentar aos 6 meses e, especialmente, após o desmame. Algumas ações permanecem, mas é fundamental que a amamentação seja seguida de alimentação saudável. Sabe quando você faz academia, controla a alimentação, atinge seus objetivos e depois de um tempo retoma os hábitos anteriores? Então...
(Essa é do Aristóteles também).
Não é porque uma mãe não amamentou seu filho, independentemente da razão, que o destino esteja definido. É perfeitamente possível cuidar da saúde materno-infantil, com acompanhamento pediátrico adequado, seguindo os calendários de vacinação, promovendo uma alimentação adequada para seus filhos e prevenindo o câncer de mama, entre outras ações.
Amamentar é um ótimo começo de vida, senão o melhor deles. É o padrão-ouro da alimentação infantil. Mas requer coerência, persistência, resiliência, resistência. Não se pode desperdiçar oportunidades. Sempre é bom terminar o que começou.
Apesar de parecerem meio óbvias, preste atenção nessas frases: "O jogo só acaba quando termina" (Vicente Matheus – ex-presidente do Corinthians); "Não se deve cantar a vitória, antes de ter vencido" (Provérbio português).
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Moises-Chencinski-Eu-Apoio-Leite-Materno/noticia/2021/11/moises-chencinski-amamentar-requer-coerencia-persistencia-resiliencia-resistencia.html