A mãe Amy Verden, da cidade de Lancaster, na Inglaterra, entrou com um processo na justiça para impedir que os médicos interrompam o tratamento de diálise de William, seu filho autista de 16 anos. O adolescente, que foi diagnosticado com uma doença rara nos rins há dois anos, precisa de diálise para sobreviver.
Em entrevista para o Mirror, a mãe contou que os médicos decidiram que William deve apenas receber cuidados paliativos. “Eles o estão mandando para casa para morrer. Eu nunca vou deixar isso acontecer”, declarou Amy. “Se William estivesse com dor ou estivesse preso à cama, é claro que eu não gostaria que ele sofresse - mas ele tem uma qualidade de vida incrível. Estamos desesperados, imaginando se este será o último Natal dele", continuou.
William foi diagnosticado com glomeruloesclerose segmentar focal, doença que atinge 7 a cada um milhão de pessoas, de acordo com o Mirror. A condição ataca os rins e pode levar a danos permanentes ou até mesmo à falência do órgão. Os rins de William funcionam apenas 40% e Amy acredita que seu filho teria “no máximo algumas semanas de vida” se o tratamento for interrompido.
Além do autismo, o adolescente também foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e por isso os médicos acreditam que a diálise “não pode ser realizada de forma adequada”. William costuma interferir nas linhas de tubo e nos pontos de entrada e às vezes precisa ser contido durante a sessão, segundo a mãe. “É a deficiência dele, ele não faz de propósito. Ele odiava diálise no começo, mas está se acostumando. Ele só precisa de tempo. Não acredito que os médicos nos aconselhariam dessa forma se ele não fosse autista”, disse Amy.
Os médicos disseram ainda que os rins de William estão “devastados” e que é improvável que um transplante funcione no caso dele. O adolescente faz sessões de diálise seis vezes por semana, das 16h às 2h, mas leva uma vida normal e frequenta uma escola para alunos com necessidades especiais.
A mãe diz agora que vai lutar na justiça para que o filho continue a receber os cuidados adequados. “Isso tudo é um pesadelo. Meu filho está arrasado, ele chora o tempo todo. Eu nunca vou viver comigo mesma se não lutar para que ele tenha essa chance”, declarou.
Liz Davis, advogada que representa a família de William, afirmou que “tudo que Amy deseja é a melhor vida e futuro possíveis para William. Continuaremos a apoiar Amy e a família para garantir que suas vozes sejam ouvidas”.
Em nota para o Mirror, o hospital onde o adolescente faz tratamento afirmou: “Reconhecemos que este é um momento muito difícil para William e sua família e continuaremos a apoiá-los”.
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