Eles passam de geração a geração, como uma forma carinhosa de proteção. Quem nunca ouviu um alerta sobre os “perigos” de sair de casa sem levar um agasalho ou de andar descalço num dia frio? Mesmo que oferecidos com as melhores das intenções, nem todos esses conselhos têm comprovação científica. Veja o que é mito e o que é verdade quando o assunto é a saúde das crianças:
Sair desagasalhado causa gripe
Mito
Pessoas com vias aéreas sensíveis, como bebês, podem apresentar uma reação ao frio, com acúmulo de muco no nariz, o que acaba sendo confundido com gripe. Porém, isso não significa que elas estão com a doença.
Entrar na água de barriga cheia dá indigestão
Mito
Não há problema nenhum em entrar na água depois de comer, desde que a criança não fique se movimentando muito, nadando e brincando. O esforço físico é o problema: com o excesso de movimentos, o sangue utilizado para a digestão pode ser desviado para outras partes do corpo, causando o mal-estar.
Tomar sorvete dá dor de garganta
Mito
As infecções de garganta são causadas por vírus ou bactérias. Não é o gelado de um picolé que vai fazer isso. Tomar bebidas frias ou sorvete pode ser, inclusive, indicação médica, em casos de cirurgias nesse órgão.
Sair do banho quente e pegar vento faz mal
Verdade
Variações bruscas de temperatura sempre merecem atenção. Embora não causem diretamente uma doença, podem facilitar a entrada de vírus e bactérias oportunistas. O frio aumenta a secreção nasal e, com as vias aéreas congestionadas, o caminho fica livre para novas infecções.
Comer bolo quente dá dor de barriga
Mito
Alguns alimentos demandam um tempo de digestão maior, mas isso não tem absolutamente nada a ver com a temperatura deles. A dor de barriga pode ser, por exemplo, um sinal de intolerância a algum ingrediente específico usado na receita.
Tomar vento frio entorta a boca
Mito
Não há risco de o rosto ficar torto por causa de uma corrente de ar. O que acontece é que, quando se tem uma doença viral ou um resfriado, o vírus pode atingir o nervo facial e causar a paralisia.
Fontes: Renato Kfouri, pediatra e presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Flávio Melo e Luciane Valdez, pediatras do Hospital Otorrinos Curitiba (PR)
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