Um cirurgião, aclamado como herói pela mídia britânica por ter salvado diversos pacientes na linha de frente, não resistiu à covid. Irfan Halim, 45, recebeu a segunda dose da vacina em janeiro deste ano. A dose de reforço seria aplicada no dia 16 de setembro, mas apenas seis dias antes, ele contraiu o vírus, foi internado e faleceu no último dia 14. A viúva, Saila Halim, 44, disse que ele enfrentou uma batalha de nove semanas contra a covid.
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O cirurgião era considerado uma "potência médica", após tratar 250 mil pacientes ao longo de sua carreira. Ele ficou isolado de sua família por quatro meses no auge da pandemia, enquanto tratava de pacientes da covid. O médico, que não tinha problemas de saúde, contraiu o vírus durante o trabalho, na Grã-Bretanha. "Meu marido trabalhava fora de Londres e não tenho certeza de qual vacina ele recebeu, mas ele foi vacinado duas vezes e sempre usou EPI completo quando estava nas enfermarias", disse a viúva ao MailOnline.
A viúva revelou ainda que poupou o marido da notícia da morte do pai dele, Kamal, 75, de covid, que também era médico, em 24 de setembro. Halim relembrou o último dia de vida do marido, quando ele foi cercado ao lado da cama por ela e seus quatro filhos: Zara, 13, Adam, 12, Zain, 11 e Alisa, 5. O irmão, a irmã e a mãe do médico também estavam presentes. "Eu o segurei em meus braços e sussurrei orações e amor. Perdemos nosso herói. Ele era um marido incrível, pai e filho. Ele era o melhor amigo de toda a família. Todos nos sentimos vazios e não estou conseguindo lidar com isso. Ele era minha vida, meu mundo, meu tudo. Nada poderia ter nos preparado para isso", disse, em lágrimas.
"Ele era um médico incrivelmente talentoso e dedicado, até o fim. Ele sempre colocou seus pacientes em primeiro lugar e continuou a apoiá-los após o tratamento. Ele era um homem compassivo e atencioso que fez uma diferença real na vida das pessoas. Nunca tentei impedi-lo de trabalhar com pacientes da covid porque essa era a vida dele; cuidar das pessoas", completou.
No Reino Unido, os casos de covid estão aumentando. As mortes também aumentaram 8% em uma semana, com 157 vítimas registradas nas últimas 24 horas, informou o Daily Mail.
Embora as vacinas ofereçam uma proteção muito alta contra doenças graves e morte, ela começa a diminuir por volta dos seis meses e não são 100% eficazes. "Os dados mostram que, com o passar do tempo, há uma diminuição da eficácia das vacinas, isto é, uma perda de proteção. Daí a ideia de revacinar todos. A revacinação deve acontecer em todo mundo cinco meses após a segunda dose da vacina", afirmou o infectologista Renato Kfouri à CRESCER.
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