Uma nova pesquisa realizada pela Consultoria Urbit, ranqueou os 10 melhores e os 10 piores bairros para crianças de São Paulo — a maior capital brasileira e uma das cidades mais populosas do mundo, com 12 milhões de habitantes.
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Os critérios utilizados para a construção do indicador foram a proporção de crianças e escolas, isto é, quanto maior o índice, mais alto o índice de acessibilidade; o acesso à parques — a partir da média das notas fornecidas pelo Estudo da Fundação Birmann para os parques acessíveis pelo bairro —, privilegiando a qualidade, não a quantidade; a condição das calçadas — considerando uma “calçada boa” aquela com largura maior que 2,5 m e declividade média até 6%; a cobertura vegetal, ou seja, foi calculada a proporção das áreas cobertas por copas de árvores em relação ao total da área do bairro, incluindo calçadas, praças, quintais, parques, etc; e os boletins de ocorrência — foi calculada a razão entre os BOs de roubos e furtos de celulares e a população do bairro.
Com isso, os 10 distritos com as melhores pontuações foram:
1. Jaguaré (5,95)
2. Santo Amaro (4,99)
3. Pirituba (4,71)
4. Alto de Pinheiros (4,47)
5. Barra Funda (4,45)
6. Moema (4,35)
7. Rio Pequeno (4,28)
8. Cidade Dutra (4,24)
9. Socorro (4,19)
10. Campo Belo (4,14)
E os 10 distritos com as piores pontuações foram:
1. Sé (1,77)
2. República (1,83)
3. Cidade Ademar (2,07)
4. São Lucas (2,24)
5. Cachoeirinha (2,30)
6. Brás (2,34)
7. Marsilac (2,34)
8. Iguatemi (2,38)
9. Bela Vista (2,44)
10. Vila Jacuí (2,46)
Os melhores resultados correspodem a áreas no interior do Centro Expandido ou próximas a ele. "Em geral, são bairros predominantemente residenciais e horizontais — algo que parece relacionado tanto a menores índices de criminalidade quanto a maiores índices de arborização — e próximos a parques", avalia os resultados da pesquisa. Por outro lado, os piores índices são encontrados em bairros mais diferentes entre si. "Parece haver tendência de bairros mais centrais, alguns deles polos de empregos, como Vila Olímpia, Praça João Mendes e Santa Ifigênia — locais onde já imaginamos que poucas crianças morem e que tem oferta reduzida de escolas. Parte deles são predominantemente verticalizados, como Santana. Vale ressaltar, no entanto, que nenhum dos bairros com piores resultados está localizado nas regiões mais periféricas da cidade", afirmam os pesquisadores.
Segundo a Urbit, o indicador tem caráter “intrabairro”. Quer dizer, não considera a posição relativa do bairro na cidade, nem suas condições de acessar outros locais. "Muitas crianças não estudam no bairro onde moram e, em tese, é mais fácil para alguém que mora em Pinheiros acessar escolas em outros bairros do que alguém que mora em Marsilac", exemplifiou a consultoria. Em outras palavras, a pesquisa mediu variáveis com as quais a criança convive exclusivamente no bairro onde mora. "Isso não teria sentido em um indicador voltado a adultos, nos quais o tempo de deslocamento costuma ser uma das variáveis mais importantes. Mas 'serve' para crianças, já que, por diferentes motivos, espera-se que se desloquem menos pela cidade e consigam usufruir de amenidades onde moram", finalizaram.
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/10/pesquisa-mostra-melhores-e-piores-bairros-para-criancas-em-sao-paulo.html