Depois que seu filho, o pequeno Benjamin, perdeu a vida de forma repentina de morte súbita, com apenas 4 meses de idade, a mãe, Samantha Glenn, de Topeka, no Kansas, Estados Unidos, tem compartilhado seu triste relato e aprendizado, na tentativa de evitar que o mesmo aconteça com outras famílias.
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Em entrevista ao site de notícias local WIBW, a mãe contou que a fatalidade aconteceu em março de 2007. “Acordei, coloquei minha mão sobre ele e senti que seu corpinho estava frio, muito frio. Fiquei com uma sensação de mal-estar, sentindo que algo estava errado", lembrou. Ao procurar socorro, ela descobriu que seu bebê havia falecido de Síndrome de Morte Súbita Infantil.
Mesmo com o passar do tempo, Samantha ainda não conseguiu superar a perda do filho. “O aniversário dele era em novembro, ele faria 15 anos. Eu perdi os primeiros passos, o primeiro dia de pré-escola, a formatura. Sempre me pergunto o que ele estaria fazendo agora", lamentou. Ela, que agora trabalha como enfermeira, disse que não sabia muito sobre a Morte Súbita Infantil. Mas, ao longo dos anos, estudou sobre o tema, conectou-se com outras famílias que sofreram a mesma perda e fundou o “SIDS and Infant Loss Network” (rede de apoio de perda infantil, em tradução livre), que oferece suporte para outros pais que também passaram por isso.
Além de oferecer apoio, a mãe também costuma compartilhar informações úteis, que podem reduzir o risco de morte súbita. “O bebê precisa ficar sozinho no berço. Certifique-se de que ele está de costas e tenha certeza de que não há desordem — sem ursos ou cobertores fofos. Utilize somente um lençol, que deve ficar bem justo ao corpo dele”, orientou, ressaltando que a Síndrome não apresenta sintomas ou quaisquer sinais de alerta.
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Veja abaixo algumas formas de prevenir a morte súbita:
Coloque o bebê para dormir de barriga para cima: É a posição mais segura. A criança respira melhor e tem menos risco de engasgo – caso vomite, ela vai girar a cabeça para o lado.
De barriga para baixo, só quando acordado: Deixar o bebê alguns minutos de barriga para baixo diariamente é importante para ajudar o desenvolvimento motor e muscular. Mas sempre, sempre, sempre com você ao lado dele!
Dormir só em superfície firme: O sono deve ser no berço e com o colchão no tamanho adequado. Carrinho de bebê, bebê conforto e cadeirinha de carro não devem ser usados para rotina do sono. Tudo bem adormecer por alguns minutos, desde que com supervisão dos pais.
O bebê não deve dormir na cama dos pais: A Academia Americana de Pediatria recomenda que o bebê durma no quarto dos pais nos primeiros meses, mas nunca na mesma cama. Isso porque você consegue monitorar a criança e intervir rapidamente caso aconteça algo. Além disso, facilita na hora de amamentá-lo durante a noite.
No berço, só o bebê: Bichos de pelúcia, travesseiros ou qualquer objeto solto devem estar fora do berço, inclusive protetores. Além do risco de asfixia, acumulam ácaros. O cuidado vale para roupas de cama, que devem ser presas embaixo do colchão.
Faça o pré-natal correto: Há diversas evidências que relacionam um menor risco de morte súbita em crianças cujas mães fizeram um pré-natal regular.
Evite cigarro durante a gravidez e após o nascimento do bebê: O desenvolvimento do bebê no útero é prejudicado pelos maus hábitos, o que pode levar à prematuridade – um fator de risco para a morte súbita. Após o nascimento da criança, o cigarro também deve ficar longe. O fumo passivo prejudica o sistema respiratório. Se algum parente ou amigo seu tem o hábito, ele vai ter de fazer isso longe do seu filho.
Não beba nem use medicação por conta própria durante a gravidez: E isso inclui o período anterior à sua gestação. Quer engravidar? Cuide-se desde já!
Amamente: Ao sugar o peito, a criança é obrigada a respirar pelo nariz. Assim, desenvolve melhor o sistema respiratório, deixando os músculos fortalecidos.
Não exagere no cobertor: Seu filho deve estar vestido de maneira confortável para o clima do dia. Segundo a AAP, a criança deve estar com uma “camada” a mais de roupa do que você. Apenas isso! Também não deve cobrir a cabeça nem as mãos do seu filho, pois é pelas extremidades que ele regula a sua temperatura.
Vacine: Recentes evidências sugerem que a imunização pode ter um efeito protetor contra a morte súbita.
Atenção à paranoia: Não acredite em propagandas de produtos que dizem evitar morte súbita, pois não há nenhum acessório ou produto que tenha essa finalidade, muito menos pesquisas científicas que comprove algum benefício em adquiri-lo. Não use monitores cardiorrespiratórios como uma estratégia de reduzir o risco de morte súbita. Calma!
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/10/mae-faz-alerta-apos-perder-bebe-por-morte-subita-bebe-deve-ficar-sozinho-no-berco.html