Friday, October 15, 2021

Casos de crianças com SRAG já ultrapassam os de covid, no Brasil

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Por mais que ainda não seja a hora de baixar a guarda, a covid-19 não deve ser a única preocupação. É preciso ficar atento para outras doenças sazonais, que podem lotar os hospitais pediátricos. Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz apontou que o Brasil tem registrado uma alta no número de casos de crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Tanto, que, inclusive, tem superado os casos de coronavírus.

Sintomais mais comuns entre crianças e jovens com Covid-19 foram febre, tosse, vômito e falta de ar (Foto: Pexels)

 

Dados divulgados nesta quinta-feira (14), mostram que no último mês, os casos semanais chegaram a superar os picos registrados em 2020, na faixa etária de 0 a 9 anos. Nos meses de setembro e outubro deste ano, a média foi de 1 mil a 1,2 mil casos de SRAG em crianças por semana. Do começo da pandemia até agora, o recorde havia sido de 1.282 diagnósticos, em julho de 2020. 

Entre os pequenos, o vírus sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite, é o que mais tem levado à quadros de SRAG. Em alguns momentos, do começo de 2021 para cá, os diagnósticos semanais foram superiores, inclusive, aos casos positivos de covid-19. 

O que é SRAG?

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é, na verdade, um conjunto de sinais e sintomas. Ela pode ter várias causas e agentes infecciosos (vírus e bactérias). "O diagnóstico é baseado nos sintomas do paciente no momento em que ele é atendido. Normalmente, eles chegam ao hospital com um quadro respiratório, geralmente com febre, evoluindo para sinais de desconforto respiratório e diminuição da saturação de oxigênio, com algum grau de comprometimento pulmonar. Frequentemente, é um quadro que implica na necessidade de internação, muitas vezes em UTI, dependendo do grau de comprometimento", explica o infectologista Francisco Ivanildo Oliveira, gerente médico do Sabará Hospital Infantil (SP). 

Os tipos de vírus e bactérias que levam à SRAG variam de acordo com a época do ano. Normalmente, o pico das infecções acontece na transição do verão para o outono, ou seja, vai do começo do ano até maio ou junho. "A maior incidência costuma ser do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite. A diferença é que em adultos e crianças maiores, o VSR costuma causar apenas um resfriado enquanto em crianças menores, particularmente aquelas com menos de 2 anos — e mais especialmente os menores de 6 meses ou com fatores de riscos, como prematuridade, cardiopatia e Síndrome de Down —, pode se manifestar de uma forma mais intensa e grave", diz o infectologista.

Além do VSR, outros vírus, como o adenovírus e o influenza, também podem podem desencadear quadros de SRAG. Os pequenos, com menos de 2 anos, são os que precisam de mais atenção. "Nessa faixa etária, elas costumam não ter um desenvolvimento pulmonar muito avançado e, com isso, ficam mais sucestíveis", completa o pediatra Werther Brunow de Carvalho, do Hospital Santa Catarina (SP). 

Como prevenir a SRAG?

Se comparado à população total de crianças no país, Francisco afirma que o percentual de internações por SRAG é relativamente pequeno, mas não deixa de ser motivo de alerta. "Devemos ficar atentos e observar. Existem medidas de prevenção que podem ser tomadas. No caso do VSR, há uma medicação que ajuda a prevenir infecções em crianças com maior risco de formas graves", disse, referindo-se ao Palivizumabe, um anticorpo monoclonal humanizado contra o Vírus Sincicial Respiratório que pode beneficiar prematuros, crianças com diagnóstico de doença pulmonar crônica e cardiopatas graves. Além disso, reduzir o contato do bebê com outras pessoas e intensificar a higiene, também ajudam a evitar. "As recomendações de prevenção são as mesmas da covid", completa.

O pediatra Werther Brunow de Carvalho também reforça a importância de ficar atento aos sinais de que algo está errado. "O alerta é para que os pais fiquem muito atentos aos sinais de infecção das vias aéreas superiores. Não deixem de contatar o pediatra. São virus de famílias diferentes, mas com manifestações semelhantes, que podem levar a quadros assintomáticos, leves, moderados e até graves", finalizou.

 

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/10/casos-de-criancas-com-srag-ja-ultrapassam-os-de-covid-no-brasil.html

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