Sindicatos da Inglaterra pediram nesta semana que o governo restabelecesse as medidas de segurança nas escolas, como uso de máscaras, a fim de evitar mais interrupções na educação durante o inverno. Isso porque, depois que o uso das máscaras deixou de ser obrigatório, a taxa de contaminação de covid-19 entre crianças e adolescentes tem aumentado.
A disseminação do coronavírus parece estar ultrapassando significativamente o programa de vacinação do governo: uma em cada 14 crianças em idade escolar na Inglaterra foi infectada pela covid-19 na semana passada, segundo informações do jornal The Guardian.
O professor Calum Semple, membro do Grupo de Aconselhaento para Emergências (Sage) da Inglaterra, alertou que a rápida disseminação do vírus entre as crianças de 7 a 11 anos pode significar que as crianças têm alcançado a imunidade coletiva por meio da infecção em vez da vacinação.
“Não é uma boa maneira de obter a imunidade coletiva. Apontar a imunidade coletiva usando a infecção natural do tipo selvagem como solução é ridículo, porque isso traz consigo doenças e danos às crianças, tanto de doenças agudas quanto de casos de covid longa”, disse Semple ao programa Today da Rádio BBC.
Cinco sindicatos ingleses escreveram para Nadhim Zahawi, secretário de educação, pedindo que considerasse o reforço das medidas de segurança nas escolas. Kevin Cortney, secretário-geral adjunto da Unição Nacional de Educação (NEU) disse estar preocupado com a inércia do governo enquanto casos de covid-19 aumentam nas escolas. “É evidente que algo mais precisa ser feito para evitar maiores interrupções na educação das crianças”, completou.
No distrito de Tradfford, por exemplo, estudantes e funcionários das escolas estão voltando a usar máscaras depois do aumento no número de casos de covid-19 em crianças em idade escolar. Segundo informações do portal britânico BBC, as máscaras não são obrigatórias desde maio nas escolas inglesas, mas o número crescente de casos fez com que fossem reintroduzidas como itens essenciais.
A diretora interina de saúde pública do conselho de Trafford Helen Gollins disse que a taxa de contaminação no distrito é muito alta e continua a aumentar. “Com o retorno dessas medidas, esperamos reduzir o número de casos nas escolas para que as crianças continuem frequentando as aulas.”
Ainda segundo informações do The New York Times, repercutidas pelo jornal Folha de São Paulo, o Departamento de Educação da Inglaterra divulgou um boletim na última terça-feira (5) no qual informou que 186 mil estudantes faltaram à escola no dia 30 de setembro devido a casos suspeitos ou confirmados de covid-19. É um número 78% superior ao registrado no dia 16 de setembro, e o mais alto desde que a pandemia começou.
Segundo o repórter da BBC Nick Triggle, a epidemia no Reino Unido está sendo alimentada por altas taxas de contaminação entre adolescentes, especialmente entre os menores de 16 anos que não tiveram a chance de se vacinar durante o verão. As crianças correm um risco baixo de doenças graves, mas a preocupação é de que as infecções entre os mais jovens se espalhem entre os grupos de idade mais avançada.
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