Wednesday, October 6, 2021

Rubéola: tudo o que você precisa saber sobre a doença que está erradicada, mas corre o risco de retornar

https://ift.tt/3ljUc5k

Será que o Brasil corre o risco de passar por um surto de rubéola, como ocorreu com o sarampo em 2019? Também de origem viral, a doença é considerada extinta por aqui desde o ano de 2015, quando o país recebeu o certificado de eliminação concedido pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde). No entanto, quatro casos da enfermidade – identificados na Argentina e no Chile há dois anos – deram sinal de alerta para uma possível volta do problema entre os brasileiros.

+ Ministério da Saúde lança campanha para atualizar carteira de vacinação das crianças

Criança com rubéola (Foto: Jure Gasparic / EyeEm / Getty Images)

 

 

 

 

 

 

 

 

Esse estado de atenção coincide, justamente, com o período em que a cobertura vacinal no Brasil sofreu seu maior abalo. “A gente vem acompanhando essa queda desde 2016, principalmente, que foi quando ficou mais evidente. A situação está se agravando e, em 2019, antes da pandemia, tivemos as coberturas vacinais mais baixas em décadas, desde que o PNI (Programa Nacional de Imunização) se consagrou entre a população”, explica Mônica Levi, pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

O próprio sarampo como a rubéola e a caxumba são combatidos com a aplicação das doses da vacina tríplice viral, que consta no calendário de imunização brasileiro e deve ser aplicada em crianças de 1 até 11 anos de idade e em mulheres grávidas, segundo recomenda o Ministério da Saúde. No entanto, dados de 2020 do DataSUS (plataforma de consulta do governo federal) sobre as coberturas vacinais no Brasil mostram que a primeira dose da tríplice viral foi tomada por cerca de 79% da faixa etária recomendada, enquanto a segunda dose acabou sendo aplicada apenas em 62,78% da população.

 

Vale lembrar que a vacinação infantil no país é obrigatória. “A rubéola é uma doença extremamente contagiosa. Mas de 2009 para cá, não tivemos nenhum novo caso no Brasil, o que indica a interrupção da transmissão autóctone”, esclarece Mônica. Em outras palavras, o vírus não está circulando, o que não significa que ele não possa voltar! “Há sempre o risco do ressurgimento de enfermidades erradicadas – como difteria ou pólio – aparecerem outra vez. Precisamos aumentar as coberturas vacinais urgentemente para não retrocedermos nas conquistas em termos de saúde pública”, destaca a especialista da SBIm.

Impacto do movimento antivacina?

Mesmo que cause sintomas leves, como febre, mal-estar e manchas avermelhadas pelo corpo, quando contraído de forma congênita – ou seja, quando a mãe é infectada e transmite para o filho durante a gravidez –, o vírus da rubéola pode ser bastante prejudicial para a saúde do bebê. Por isso, é tão importante a prevenção por meio da vacinação em massa. “Com o sarampo isso já aconteceu, os casos voltaram. A imunização contra a rubéola foi muito bem-sucedida e penso que uma geração de pais mais jovens nem conhece a doença direito. É necessário fazer muita campanha de conscientização para que as pessoas entendam o risco”, reforça a diretora da SBIm.

+ Subnotificação de sarampo durante a pandemia preocupa OMS

A chegada da covid-19 também agravou esse quadro de inconstância na aplicação de imunizantes: “Despencaram de vez as coberturas para todas as vacinas que compõem o calendário infantil e também adolescente. Mas eu acho que o brasileiro está mais preocupado em receber a vacina do que em evitá-la ou temê-la. A gente vê o que acontece na companha da imunização contra a covid: uma adesão muito boa da população-alvo, principalmente se comparado a países onde os antivacinas têm uma ação maior”, defende Mônica.

Raio X sobre a rubéola

Conversamos com Nelson Douglas Ejzenbaum, médico pediatra, neonatologista e membro da Academia Americana de Pediatria (AAP), que responde às principais dúvidas sobre a doença. Confira:

1. O que é a rubéola?
É uma doença infecto-contagiosa, causada por um vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae, e que forma placas vermelhas típicas (chamadas de exantema ou rash cutâneo). Também é conhecida como sarampo alemão.

2. Quais são os principais sintomas?
A pessoa infectada começa a sentir os primeiros sintomas de duas a três semanas depois do contágio. Além das manchas vermelhas, pode causar dor de cabeça e febre, que são as indicações mais comuns.

3. Como a doença é transmitida?
É passada de pessoa para pessoa por tosse ou secreções expelidas ao espirrar, cuspir, beijar – tudo que envolva as cutículas respiratórias. O período de incubação da rubéola é de 14 a 21 dias, ou seja, você tem o contato e vai desenvolver a doença depois desse período. E o tempo de duração da doença é de cerca de uma semana.

4. Quais são os tratamentos para a rubéola?
Existe tratamento para se diminuir os sintomas, como imunoglobulinas, que é uma medicação injetável. Mas ela não impede ou diminui a possibilidade de transmitir a doença para o feto. Por isso é extremamente importante a vacinação! 

5. Qual é o esquema vacinal de crianças?
Como rotina para crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a SBIm recomendam duas doses: uma aos 12 meses e a outra aos 15 meses, podendo ser usadas a vacina tríplice viral (SCR) ou a combinada SCR-V (tetraviral). Vale lembrar que essas vacinas sao produzidas com vírus atenuados, portanto não são indicadas durante a gestação. Mulheres que não estejam com imunização em dia – e estejam planejando a maternidade – devem atualizar a carteira de vacinação antes de engravidar.

 

6. Qual é o perigo de se contrair a enfermidade na gestação?
A rubéola é especialmente grave em mulheres grávidas porque pode causar a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) no feto, uma doença grave que pode provocar surdez, lesões oftálmicas, prematuridade e malformações, inclusive cerebrais. Importante ressaltar que, quanto mais precoce for a infecção em relação à idade gestacional, mais grave pode ser a doença. E quando o bebê nasce com a SRC, ele precisa de tratamento para as comorbidades que o acometem por conta desta contaminação.

7. Como diferenciar a rubéola de outras doenças que tenham sintomas parecidos?
Existem exames de sangue típico, com sorologia para a rubéola. As placas avermelhadas que surgem na pele também podem ajudar no diagnóstico por seu aspecto: a avaliação de um médico ajuda a diferenciá-la de outras enfermidades.

8. Em que faixa etária ela é mais comum?
Pode acometer pessoas em qualquer idade, porém, é mais grave quanto menor a faixa etária das crianças e, como mencionado, se contraída durante a gestação.

9. Há uma época do ano mais propícia para um surto de rubéola?
Os períodos de maior transmissão acontecem quando o clima está seco. Na região sudeste, por exemplo, isso se dá durante o inverno e a primavera.

Saiba como assinar a Crescer para ter acesso a nossos conteúdos exclusivos



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/10/rubeola-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-doenca-que-esta-erradicada-mas-corre-o-risco-de-retornar.html

This Is The Way | Kids Songs | Super Simple Songs

✅ Clique!!! AMAZON PRIME de graça por 30 dias, músicas, vídeos, filmes infantis e FRETE GRÁTIS!!!