Wednesday, October 6, 2021

Bebê saudável contrai covid-19 e vai parar na UTI: "Pior momento das nossas vidas", diz mãe

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A mãe paulista Adriana Petrella Hansen, 33, de São Paulo, levou um grande susto no último mês. Ela, o marido, a filha e a sogra contraíram covid-19. Os adultos, já vacinados, tiveram apenas sintomas leves, no entanto, a pequena Carolina, agora com 1 ano, foi parar na UTI. "A evolução foi rápida. Ela teve um pico de febre, descompensação cardíaca e precisou de muito oxigênio", afirma. Em entrevista exclusiva à CRESCER, ela contou os detalhes da evolução do quadro.

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Todos os exames de Carolina, 1 ano, acusaram apenas covid-19 (Foto: Reprodução/Instagram)

 

"Foi em setembro, pouco antes de ela completar 11 meses. Fomos almoçar com a minha sogra num sábado e, na madrugada de terça-feira, ela começou a ter febre. Pela manhã, minha sogra ligou avisando que havia feito o teste de covid e tinha dado positivo. Como Carolina ficou bem instável, eu a levei ao PS. Lá, fizeram o teste de covid-19 e um raio X do pulmão. Não deu nada preocupante, então, nos mandaram para casa com indicação de antitérmico e lavagem nasal. Lembro que eu lavava o nariz, mas não saía secreção e ela tinha um chiado no peito. Passaram-se dois dias e a febre continuava se parássemos com o antitérmico. Nesse momento, o resultado do teste saiu, deu positivo e ela já começou a ficar um pouco mais amoda. Por isso, resolvemos voltar ao PS. Ela fez um novo raio X e fomos pra casa mais uma vez.

No sábado, ela estava completamente apática: acordou, chegou a comer, mas bem pouco, e dormiu de novo. Só ficava na cama, completamente desanimada. Peguei o oxímetro e deu saturação de 84. Aqui, eu basicamente surtei. Quando chegamos ao PS novamente, ela foi imediatamente para o oxigênio e foi uma longa espera por uma vaga de UTI. Levamos mais de 30 horas para conseguir. Enquanto isso, o painel viral só acusava um vírus: a covid-19. Finalmente, no domingo à noite, ela foi levada para a UTI. No dia seguinte, ela piorou demais. Carol teve um pico de febre e, por isso, uma descompensação cardíaca e precisou de muito oxigênio. Foi praticamente um 'tufão' que colocaram no nariz dela. Nos dias seguintes, felizmente, ela começou a se recuperar, fazendo muita fisioterapia respiratória. No entanto, só conseguiu voltar a comer três dias depois. Durante todo esse período, ela ficou apenas no meu peito. Eu não tenho mais um grande volume de leite, pois ela já comia muito bem e tomava mamadeira, mas como ela ficou completamente apática, só queria o meu colo. Foi um período muito intenso, mas, graças à Deus, ela não chegou a intubar, mas foi por muito pouco. Aos poucos, foram diminuindo a concentração de ar e oxigênio até ela receber alta.

Com essa experiência, percebemos que com esse vírus é tudo muito inesperado. Quando você tem uma bronquiolite, por exemplo, sabe o comportamento geral da doença. Mas com a covid-19, não. A gente sempre teve medo, ficou muito isolado, limitamos muito os contatos... Só víamos meus pais, meus sogros e as meninas que trabalham em casa. Carol não vai para a escolinha ainda. Optamos, com a chegada da pandemia, deixá-la em casa com uma babá. Ela foi um bebê conquistado! Veio após uma fertilização in vitro e uma gravidez complexa, com placenta prévia. Na gestação, fui para a UTI cinco vezes por causa de sangramentos. Passei um mês internada para que ela nascesse o mais próximo possível da data de parto, então, sempre tivemos muito cuidado. Apesar de tudo, ela nasceu saudável. Ela é uma bebê grande, que tem uma alimentação superequilibrada e nenhuma comorbidade. Então, para a gente, foi um momento muito tenso. Tivemos que nos apoiar muito na fé, na família e em Deus. Foi o pior momento das nossas vidas. Eu preferia ter ficado mal, não ela. Mas, hoje, ela está completamente recuperada e sem sequelas, graças à Deus."

Palavra de pediatra

O pediatra Paulo Telles, de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), atendeu Carolina e fez um alerta aos pais nas redes sociais. "Sabemos que a covid-19 em crianças costuma ser branda e sem gravidade. No consultório, tive muitos casos e, em sua maioria, realmente evoluem bem. Mas, é importante alertar, não sabemos o motivo, mas algumas crianças podem, sim, ter quadros atípicos e complicar", afirmou.

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Ele comentou sobre o caso de Carolina. "Desta vez, a pequena paciente de 10 meses, sem comorbidades, começou com sintomas semelhantes aos da gripe: febre, tosse e obstrução nasal. ⁣⁣⁣Fizemos o teste e após três dias dos sintomas confirmamos SARS-CoV-2.⁣⁣⁣ Infelizmente, a pequena evoluiu com piora importante do padrão respiratório, fazendo quadro grave de broncoespasmo e insuficiência respiratória, semelhante a uma bronquiolite mais grave. Chegamos a suspeitar de co-infecção, que é quando temos dois vírus juntos, repetimos exames, mas realmente era apenas a covid-19.⁣⁣⁣ Ela precisou de cuidados na UTI para suporte respiratório por alguns dias", explicou. 

O médico ainda acrescentou: "posso afirmar para todos vocês:⁣⁣ é uma doença traiçoeira! Evolui, muitas vezes, de forma inesperada, causando grande sofrimento e preocupação para todos, tanto a família quanto nós, profissionais da saúde.⁣⁣⁣ E que fique claro: não existe tratamento específico para o vírus. O suporte tem que ser nos sintomas". E finalizou: "afirmo mais uma vez: este tipo de evolução é rara! Por isso, sem pânico. ⁣⁣⁣Mas, se for possível, prevenir é o melhor sempre, para todas as doenças".

Hospitalizações infantis

⁣⁣⁣Em 2021, o Brasil já registrou mais jovens e crianças internadas nos hospitais por covid-19 do que no ano passado. Segundo dados do Ministério da Saúde, de janeiro a setembro de 2021, 17.644 crianças e jovens, entre zero e 19 anos, foram hospitalizados pela doença no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2020, foram 14.638 internações na mesma faixa etária, isto é, mais de 3 mil a menos que o ano de 2021, que ainda nem terminou. No entanto, apesar dos aumentos, as crianças e jovens ainda representam uma parcela muito pequena das hospitalizações. Do total de 1.105.560 pacientes hospitalizados em 2021, apenas 17.644 tinham entre zero e 19 anos, representando em torno de 1,59% dos casos de hospitalizações.

Segundo o infectologista e pediatra, Renato Kfouri, que também é presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o aumento de casos da doença foi visto em todas as faixas etárias, devido à expansão da variante gama no início do ano. Além disso, Kfouri alerta que no início da pandemia, as crianças de fato não representavam uma parcela significativa do número de casos, mas que esse cenário foi mudando à medida que a população adulta foi sendo vacinada. Até o momento, apenas os adolescentes com 12 anos ou mais podem ser imunizados.

De acordo com o infectologista, a volta ao convívio social também aumentou a circulação de doenças respiratórias, não só da covid-19. No entanto, com o avanço da vacinação, o médico pontua que o cenário agora é de clara diminuição das hospitalizações. Mas, vale ressaltar que os cuidados como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social devem continuar para reduzir a circulação do vírus.



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/10/bebe-saudavel-contrai-covid-19-e-vai-parar-na-uti-pior-momento-das-nossas-vidas-diz-mae.html

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