Imagine ter 13 filhos! Wade e Michelle Torppey sabem bem o que é viver essa experiência. Os dois, que são de Wantage, nos Estados Unidos, recentemente, concluíram a adoção de sete irmãos órfãos da Ucrânia. "Se há uma coisa que achamos que podemos fazer bem, e outras pessoas nos disseram que fazemos bem, seria ser pais", disse Wade ao site local North Jersey. "Eu gostaria de pensar que é um presente que temos e que Deus nos deu, e ele está nos pedindo para fazê-lo um pouco mais do que planejamos", acrescenta.
As crianças e os jovens que foram adotadas têm entre 6 e 17 anos e ainda estão apendendo a falar inglês, porém, já se adaptaram bem à nova vida, já até fizeram novos amigos na escola. Os pais conheceram os pequenos por meio de uma organização, conhecida como Open Hearts and Homes For Children, que seleciona famílias para hospedar órfãos da Ucrânia e da Letônia para visitas de Natal e verão nos Estados Unidos.
Os irmãos Olena, 17, Leeza, 14, Slavik, 12, Alina, 11, Anhelina, 9, Senya, 8 e Jenya, 6, viviam em um orfanato na cidade de Mokrats, na Ucrânia. Em 2016, as crianças perderam o pai e, dois anos depois, a mãe. Ao todo, a família tinha 10 irmãos, mas dois já estavam fora do sistema de adoção e um deles vive com parentes.
A Open Hearts and Homes For Children queria incluir as crianças no programa, porém, encontrou alguns empecilhos. Primeiro, dois dos irmãos eram muito pequenos para viajar e, segundo, seria muito difícil encontrar uma família para hospedar os outros cinco. O que eles não esperavam é que se deparariam com a família Torppey. Michelle contou ao marido sobre a situação dos órfãos e logo ele disse que hospedaria todos, que pudessem vir aos Estados Unidos, pois não queria separar a família no Natal.
A visita de um mês correu bem, mas a separação foi muito tensa e provocou muitas lágrimas. As filhas do casal choraram muito com a partida dos amigos. Foi então que o casal norte-americano começou a pensar em uma adoção permanente, porém, enfrentaram muitos desafios como a complicada burocracia e a pandemia, que retardaram o processo. A adoção só foi finalmente aprovada e seus novos filhos se tornaram residentes de Wantage, em julho.
Os pais relatam que tiveram dificuldades no começo: "Pudemos ver algumas personalidades fortes e o tipo de problemas que você esperaria quando os filhos perdem seus pais". Além disso, a língua continua sendo uma barreira, apesar das crianças e adolescentes estarem aprendendo rápido. "Se alguém perguntar qual é o idioma principal da casa agora, eu digo charadas", disse Michelle. "Quando tudo mais falha, existe o Google Tradutor no telefone."
Para receber os filhos em casa, Wade e Michelle fizeran algumas reformas e adaptações. "Quando nosso filho mais velho se mudou e se casou, Zoey [filha de 15 anos do casal] tinha o quarto maior", disse Wade. "Ela desistiu pelos três meninos. Ela é a jovem mais doce, tão altruísta que desistiu sem pensar duas vezes".
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/10/pais-que-ja-tinha-seis-filhos-adotam-sete-irmaos-da-ucrania.html