Imunidade de rebanho, coletiva, de massa. Em tempos de covid-19, essas expressões se tornaram comuns no noticiário e nas conversas. Mas o que elas significam, afinal? Como o próprio termo sugere, isso tem a ver com conseguir que a coletividade – ou a grande maioria dela – fique imune a uma enfermidade. Para entender o conceito, imagine um rebanho de gado. Se um animal do grupo for contaminado por um vírus e nenhum dos outros estiver imune, o vírus tem potencial de se espalhar por todo o rebanho, possivelmente tornando os animais doentes ou matando-os. No entanto, se alguns deles tiverem adquirido imunidade, eles podem impedir a transmissão para os demais.
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O cálculo do número de pessoas em uma determinada população que devem estar imune para proteger o restante da comunidade depende de vários fatores, como a velocidade com que o micro-organismo (vírus ou bactéria) pode se disseminar, a suscetibilidade da comunidade à infecção e comportamentos individuais que podem diminuir ou aumentar as possibilidades de transmissão – um exemplo atual é a recusa de uns e a aceitação de outros em relação ao hábito de usar máscaras, por causa da covid-19.
Por isso, embora muito se pergunte qual é a porcentagem de uma população que precisa estar vacinada para se chegar a isso, não há uma resposta definitiva. “Considero que imunidade coletiva não é um número, mas, simplesmente, ter muita gente imunizada, a ponto de o vírus não poder se propagar. Ou seja, pessoas vacinadas impedem que outras, portadoras de vírus, os transmitam. Há quem defenda que esse grupo deve ser em torno de 90%, mas não existe um número certo. O importante é entender o conceito”, defende o pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria.
Para o infectologista e professor de doenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edimilson Migowski, “quando se tem uma excelente imunização por meio de vacinas, diminui-se as chances de replicação de vírus e, consequentemente, de transmissão de enfermidade.” O médico lembra que a providência de fazer a imunização de rebanho para controlar doenças vem de décadas. Graças a ela, hoje doenças, como sarampo, varicela, rubéola e poliomielite, por exemplo, estão controladas e a varíola, erradicada.
Sem as vacinas, não há imunidade coletiva eficiente. Há duas formas de se obter imunidade de massa: quando muitas pessoas pegam a doença e então ela não tem mais para quem ser transmitida. Ou quando muitas pessoas tomam a vacina, e evitam serem contaminadas e contaminar outras. “Não é necessário dizer que a vacinação é o que realmente mais importa!”, diz Ejzenbaum
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