Em 2021, o Brasil já registrou mais jovens e crianças internadas nos hospitais por covid-19 do que no ano passado. Segundo dados do Ministério da Saúde, de janeiro a setembro de 2021, 17.644 crianças e jovens, entre zero e 19 anos, foram hospitalizados pela doença no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2020, foram 14.638 internações na mesma faixa etária, isto é, mais de 3 mil a menos que o ano de 2021, que ainda nem terminou.
A faixa etária mais preocupante é entre as crianças e adolescentes de 6 a 19 anos. Só em 2021, já foram registradas 8.432 internações, devido ao coronavírus, contra 7.072 em 2020. Em seguida, é possível notar um aumento nas hospitalizações dos pequenos de 1 a 5 anos. Neste ano, foram 4.642 — 539 a mais que no ano passado. Já entre os menores de um ano, houve 4.570 internações em 2021 contra 3.463 no ano passado.
No entanto, apesar dos aumentos, as crianças e jovens ainda representam uma parcela muito pequena das hospitalizações. Do total de 1.105.560 pacientes hospitalizados em 2021, apenas 17.644 tinham entre zero e 19 anos, representando em torno de 1,59% dos casos de hospitalizações.
Considerando todas as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, foram internadas 87.290 crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos, em 2020, e 105.795, em 2021.
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Quanto aos óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), confirmados para covid-19, em 2020, foram registrados 3.373 óbitos em pessoas de zero a 19 anos, sendo que dessas 1.203 foram vítimas da covid-19. Já em 2021, os óbitos por SRAG nessa faixa etária foram 2.471, e os por covid-19 somaram 1.263 casos.
Fazendo um recorte por faixa etária, em 2021, o número de mortes também é maior nas crianças e jovens entre 6 a 19 anos, com 716 vítimas do SARS-CoV-2. Nas crianças de 1 a 5 anos, 182 perderam a vida pela covid-19 e na faixa etária menor de um ano foram 365.
Novamente, no caso dos óbitos, as crianças também representam uma porcentagem muito baixa em relação às populações mais velhas. Dos 350.418 pacientes, 1.263 crianças e jovens morreram devido à covid-19, o que representa 0,36% do total.
Como o ano ainda terminou, esses dados podem preocupar em um primeiro momento. No entanto, o infectologista e pediatra, Renato Kfouri, que também é presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que no início de 2021, quando tivemos a onda da variante gama, houve um grande aumento no número de casos e isso refletiu em todas as faixa etárias. "As crianças continuam representando uma porcentagem muito pequena, mas em números absolutos [os casos] aumentaram em todas as faixas etárias ao se analisar o ano de 2021 em relação a 2020", esclarece o especialista.
Além disso, Kfouri alerta que no início da pandemia, as crianças de fato não representavam uma parcela significativa do número de casos, mas que esse cenário foi mudando à medida que a população adulta foi sendo vacinada. Até o momento, apenas os adolescentes com 12 anos ou mais podem ser imunizados.
De acordo com o infectologista, a volta ao convívio social também aumentou a circulação de doenças respiratórias, não da covid-19. No entanto, com o avanço da vacinação, o médico pontua que o cenário agora é de clara diminuição das hospitalizações. Mas, vale ressaltar que os cuidados como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social devem continuar para reduzir a circulação do vírus.
Os dados foram enviados à CRESCER pelo Ministério da Saúde e constam nos boletins epidemiológicos nº 44 e nº 82.
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Com avanço da vacinação no Brasil, o número de mortes de adultos por covid-19 vem diminuindo cada vez. No entanto, no caso dos mais jovens, dads
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