Crianças são naturalmente atraídas por brinquedos de forma instintiva. E não é para menos, afinal, eles as ajudam a expressar suas emoções, estimulando a criatividade, o equilíbrio, a força, a confiança motora e emocional. Com o Dia das Crianças chegando, a boa notícia é que vale a pena, sim, investir em brinquedos nesta data. Segundo o pediatra Paulo Telles, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, "mais que diversão, o brincar é importante para o desenvolvimento de uma criança mais resiliente e bem-sucedida, tanto ao executar tarefas quanto no convívio social" — e o brinquedo, mesmo que simples, faz parte desse aprendizado.
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“Pesquisas demonstram que o estímulo adequado ao desenvolvimento – feito pelos pais, colegas, professores e cuidadores – é uma oportunidade singular para promover as habilidades socioemocionais, cognitivas, de linguagem e de autorregulação que constroem a função executiva e um cérebro mais social”, explicou. A habilidade para se comunicar, interagir, resolver problemas, lidar com o estresse, desenvolver dons artísticos e destreza física e motora nascem das experiências do brincar. Para isso, de acordo com o pediatra, é importante contar com brinquedos que favoreçam relacionamentos seguros, estáveis e estimulantes, para que elas prosperem e evoluam.
Portanto, os brinquedos são mais do que apenas "objetos para divertir". “Eles ajudam a explorar o mundo, a educar, interpretar situações e expressar sentimentos”, enumera Paulo Telles. “As crianças são atraídas pelos brinquedos de maneira instintiva; eles funcionam como símbolos e passam, assim, a ser instrumentos para que elas entendam conceitos maiores da vida. Esse é o grande ponto sobre a importância dos brinquedos e do brincar”, completa.
No Dias das Crianças, há famílias que pedem para que as crianças escrevam uma lista de opções, as levam a uma loja ou ainda arriscam seguir a intuição baseada em sua própria infância. Independentemente da forma, a dica é investir mais em qualidade do que em quantidade de brinquedos. Menos pode ser mais, porque muitos brinquedos pouco interessantes podem trazer distração e pouco valor e vínculo, indicou o médico.
Confira, abaixo, 4 boas dicas para levar em conta na hora da escolha:
1. Segurança
Veja se o brinquedo possui o selo do Inmetro, que garante que ele foi testado e certificado. Não compre produtos piratas. Eles não passaram por nenhum teste de qualidade, contém níveis alterados de alguns produtos químicos nocivos à saúde e podem machucar seu filho. Se o brinquedo levar pilha ou bateria, ou se tiver fios, observe o quão fácil é o acesso da criança a eles.
2. Faixa etária
Essa recomendação deve constar na embalagem. Se a criança não tiver a maturidade necessária, pode não achar graça nenhuma – afinal, ela não saberá usá-lo. É normal você se apaixonar por um carrinho com controle remoto, mas se seu filho tem 1 ano, por exemplo, esse não é o melhor presente.
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3. Simplicidade
Brinquedo foi feito para brincar e, naturalmente, a criança aprende com ele. A bola é um bom exemplo. Ela não precisa ser diferente daquilo que conhecemos. Com ela, seu filho pode conhecer uma nova textura, ter noção de ação e reação, de força e de coordenação, e ainda dá para brincar sozinho e com os amigos.
4. Chances para criar
Observe as possibilidades que o brinquedo oferece para que a criança crie. Veja se ela pode montar e desmontar, mudar as cores, dar novos formatos, fazer sons, treinar equilíbrio e concentração, criar histórias. Pode ser difícil imaginar tudo isso com as informações que vêm na embalagem. Uma dica legal (e prática!) é: pense o que faria com aquele brinquedo se fosse uma criança!
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2021/10/dia-das-criancas-menos-e-mais-na-hora-de-escolher-o-presente.html