Pesquisadores já ressaltaram que pessoas vacinadas desenvolvem quadros menos graves da covid-19. Agora, um novo estudo norte-americano joga luz em uma nova questão: os imunizados ficam livres da infecção mais rapidamente. Publicada na plataforma medrxiv, a pesquisa ainda está em fase de pré-print, isto é, precisa ser revisada por outros cientistas, porém, o trabalho já conta com dados interessantes, que reforçam a importância da imunização.
O estudo, conduzido por pesquisadores de renomadas universidades norte-americanas, como por exemplo, Harvard, Yale e da Universidade da Carolina do Norte, contou com a participação de 173 pessoas (90% do sexo masculino), que tinham infecções agudas de SARS-CoV-2. Os cientistas avaliaram quando os infectados — com a alfa, delta e outras variantes — conseguiam eliminar o vírus do seu corpo, separando os vacinados de não vacinados.
A pesquisa foi realizada com a equipe da NBA (Associação Nacional de Basquete dos EUA) e incluiu tanto os jogadores como também os funcionários da instituição. O estudo, que faz parte de um programa de saúde e prevenção, aconteceu entre 28 de novembro de 2020 e 11 de agosto de 2021.
Após as análises, os pesquisadores notaram que as infecções agudas em pessoas vacinadas e não vacinadas apresentam proliferação viral e pico de carga viral semelhantes, mas os indivíduos imunizados eliminaram a infecção mais rapidamente. As pessoas vacinadas conseguiram ficar "limpas", sem carga viral detectável, por volta do quinto dia. Já os não vacinados levaram, em média, quase oito dias para conseguirem ficar livres da infecção.
Para os pesquisadores, o estudo fornece um quadro detalhado da dinâmica viral aguda do SARS-CoV-2 para as principais variantes. Dessa forma, segundo os cientistas, medir a concentração viral dos infectados pode desempenhar um papel valioso para entender os fatores que contribuem para a transmissibilidade do coronavírus, além de avaliar o impacto da vacinação na dinâmica viral em infecções agudas.
Apesar dos dados serem extremamente importantes, os pesquisadores alertam que as amostras ainda são pequenas, sendo necessários novos estudos para avaliar a dinâmica viral do SARS-CoV-2. "Os participantes deste estudo eram predominantemente jovens, do sexo masculino e saudáveis e, portanto, não representativos da população em geral. Isso ressalta a necessidade de estudos semelhantes em cortes mais diversos", complementou os cientistas.
Vale lembrar também que as pessoas vacinadas também transmitem o vírus, então, é preciso sempre manter os cuidados, como uso de máscara e distanciamento social.
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