Não é de hoje que a expressão skincare ganhou espaço na rotina das brasileiras. Em português, o termo é traduzido como "cuidado com a pele" e é usado mais específicamente, a rotina de passos que envolvem este processo. A tendência começou na Ásia, mas não demorou muito para se espalhar pelo mundo inteiro. Higienização, hidratação, esfoliação, tonificação, proteção… São tantas etapas que dá para se perder entre as opções.
Recentemente, mais um produto ganhou espaço nas prateleiras. Assim como as máscaras face sheet, aquelas que vêm já no formato do rosto com um tecido envolto de produto, agora o mercado tem também as belly masks, em português, máscaras de barriga. A promessa é do produto é diminuir as estrias, mas a brincadeira pode ser mais perigosa do que você imagina.
A dermatologista Carolina Marçon, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que, além de a mulher ficar mais suscetível a alergias durante a gestação, alguns produtos podem ser perigosos para a saúde do bebê. Por questões éticas e por medo de comprometer a segurança da mãe, estudos durante a gravidez são quase impossíveis. Graças à tecnologia, há possibilidades como o teste in vitro, que ajuda a entender os benefícios e malefícios de uma substância, sem usar uma grávida de verdade como cobaia, mas, mesmo assim, não há 100% de garantia. “Por isso, é de extrema importância que os cosméticos sejam usados com orientação médica. Quanto mais for possível evitar substâncias químicas no corpo, principalmente na barriga, que é uma área extensa, melhor”, recomenda a especialista.
Com a popularização dos cuidados com a pele e a procura destas opções, diversas marcas passaram a ter as próprias versões. Algumas sérias, outras, nem tanto. “As face sheets, em tese, têm substâncias seguras, mas nem todas podem fazer bem. O cuidado e o carinho com a barriga é muito importante para a conexão com o bebê, mas isso pode ser feitos de outras formas, que não envolvam o uso de produtos químicos”, alerta a médica. Produtos importados, por exemplo, que não possibilitam a leitura do rótulo, podem causar problemas graves.
“O ideal é evitar produtos com corantes, parabenos e fragrâncias. Isso não significa que a mãe não possa se cuidar; pelo contrário. Se a mulher tem uma tendência a melasma ou acne existem produtos para estes casos. A pele mexe com a autoestima e, neste momento, em que a mãe já está passando por um turbilhão de sentimentos, fica ainda mais complicado. Não é sobre não se cuidar, mas é preciso seguir o tratamento com produtos seguros, de preferência, indicados por um dermatologista. Não compre qualquer um que apareça pela frente ou simplesmente siga recomendações da internet, por exemplo, muito menos continue fazendo sua rotina de antes”, afirma Marçon. Portanto, se quiser testar as belly masks, consulte seu dermatologista e seu obstetra e procure por marcas confiáveis.
As estrias representam um dos maiores temores estéticos das mulheres durante a gravidez. Elas surgem uma vez que ocorre a distensão da barriga, quando as fibras de colágeno e elastina se rompem e formam cicatrizes. De acordo com a especialista, três fatores estão relacionados ao surgimento das estrias: a idade, o ganho de peso e o tamanho do bebê. Apesar de não causarem nenhuma complicação, as estrias são eternas.
"Se elas incomodam, para evitar, o ideal é manter uma rotina saudável de alimentação e exercício físico no meio e no início da gestação, sempre seguindo a orientação médica. Já no terceiro trimestre, quando há o estiramento, os cremes entram na rotina da mãe”, indica a médica. O recomendado também é não tomar banhos muito quentes, nem usar sabonetes agressivos, para que a pele não perca a hidratação natural.
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