A família ficou mais unida por causa do distanciamento social imposto pela pandemia de coronavírus. O consumo de frutas cresceu, mas o de doces também. Essas são algumas das curiosidades levantadas pela pesquisa “O Universo da Lancheira”, encomendada pela Tetra Pak e realizada pela Play Pesquisa, empresa de pesquisa especializada em crianças e jovens. "Sabemos que a pandemia trouxe muitas mudanças no ambiente familiar e acreditamos que a indústria de alimentos e bebidas pode ser uma aliada na adaptação da nova rotina”, afirma Vivian Leite, diretora de marketing da Tetra Pak.
Ficar em casa fez com que famílias preparassem mais sua própria comida. Consequentemente, 29% das crianças aumentaram o consumo de alimentos saudáveis, e os pais esperam manter esse hábito. O doce, contudo, não foi abandonado. “Tivemos a mesma mãe respondendo que melhorou a alimentação saudável porque os próprios pais ou a cuidadora estavam em casa, perto da criança, ao mesmo tempo em que aumentou o consumo dos doces como ponto de compensação pelo isolamento da pandemia”, afirma Aurélia Picoli, diretora de pesquisa da Play.
Com a pandemia, os pais também deixaram de levar os filhos para o supermercado. Prova disso é que 82% dos pais vêm efetuando compras em mercados, farmácias e outros estabelecimentos que estejam abertos, e a maioria destes, 86% deixam os filhos em casa. A maioria (83%) está preocupado com a limitação de escolha, mas também vão sozinhos pela segurança (76%) e pela proximidade de casa (69%).
Outro ponto positivo da pandemia foi a união. Segundo a pesquisa, 91% das famílias entrevistadas concordam que passaram a se sentir mais próximos. “Os pais se viram no papel de amigos e começaram a brincar mais com os filhos. Muito do tempo foi impulsionado pela necessidade de estudar junto, mas eles também brincam mais”, afirma Aurélia. Segundo a pesquisa, 88% dos pais passaram a ajudar os filhos na lição de casa, mas pais e filhos passaram a dividir as telas também na hora da diversão: 80% assistem séries juntos e 79% assistem filmes.
Seja com ajuda de brinquedos ou com outras atividades, como o pega-pega, o esconde-esconde, 64% afirmam que brincam mais em casa. Os pais, junto das mães, passaram a fazer mais parte das atividades diárias das crianças, 56% deles afirmam que mudaram essa rotina na pandemia. A pesquisa também captou a falta dos amigos como a questão mais difícil para as crianças, 97% delas querem voltar para a escola, e 96% desejam brincar novamente com os amigos – e quer fazer isso ao ar livre, principalmente nos parques da cidade. Enquanto isso não é possível, elas fazem videochamada para matar a saudade dos amiguinhos.
+ Como ganhar a confiança dos filhos?
A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, ouviu 720 crianças de 3 a 12 anos e 1.200 adultos de São Paulo, Recife, Fortaleza, Goiânia e Porto Alegre. Os pais falaram pelas crianças até cinco anos, mas os próprios filhos com mais de seis anos foram entrevistados. Os objetivos eram mapear o consumo da lancheira, considerando crianças de 3 a 8 anos e pré-adolescentes de 9 a 12 anos, entender o que e como consomem no intervalo entre as aulas ou durante as aulas online e detectar produtos mais consumidos e as razões de escolha.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/06/criancas-na-pandemia-cresce-consumo-de-alimentos-saudaveis-e-de-doces-tambem.html