Wednesday, May 1, 2019

"O compromisso dos pais é ter comida saudável em casa. Se você não adquire refrigerantes e biscoitos, seu filho não vai comer essas coisas", diz Dr. Carlos González

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Nunca, jamais, obrigue uma criança a comer. Nem enganando-a, nem com distrações, prêmios, nem com ameaças, castigos e chantagens.

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– Mas, então, meu filho só vai comer o que gosta!

Exatamente, como todo mundo. Quando você vai a um restaurante para comer ou ao supermercado para fazer compras, o que você escolhe: o que gosta ou o que não gosta?

– Mas não quero que ele coma tantos biscoitos de chocolate!
Então, não compre biscoitos de chocolate. É sua responsabilidade.

O compromisso dos pais é ter comida saudável em casa. Se você não adquire refrigerantes, biscoitos e salgadinhos, seu filho não vai comer essas coisas. E se acredita (com razão) que não é preciso ser tão rígido, e que as crianças podem comer uma guloseima de vez em quando, você decide qual é o limite e quantos biscoitos comprar por mês.

Enquanto o pequeno não tiver dinheiro e capacidade física e mental para fazer compras sozinho, ele só vai comer biscoitos de chocolate se os seus pais lhe oferecerem. A criança não tem culpa dos erros dos adultos. E quando seu filho tiver dinheiro e capacidade para usá-lo, tomara que só compre biscoitos de chocolate – e não bebidas alcoólicas ou coisas piores.

Se você fez a sua parte, na sua casa tem só (ou quase só) comida saudável. Dentro desse limite, seu filho pode decidir o que come, em que momento e em que quantidade.
Muitas crianças não podem tomar decisões. Elas têm de comer o que seus pais definem, no momento em que determinam. Isso não é digno e, a longo prazo, é perigoso. Em plena epidemia de obesidade, é prudente você ensinar seu filho a comer “só mais duas colheradas”?

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Enquanto come o que sua mãe, orientada por um médico, diz, a criança ficará mais ou menos bem. No entanto, aos 15 ou 20 anos, quem liga para a mãe ou para o médico?

Quem não souber tomar suas próprias decisões vai procurar alguém que lhe diga o que comer; mas esse alguém não será a sua mãe. Será a televisão, a internet. Será “a dieta da laranja”, “os segredos das estrelas para emagrecer”, “os superalimentos”, “como perder três quilos em um fim de semana”... Bobagens!

Observe os anúncios de alimentos na TV. Quase nenhum deles merece o título de comida. Você não vai ver propaganda de cenouras, peras, lentilhas… Só de refrigerantes e guloseimas. Você acha que uma pessoa pode viver bem comendo só o que é anunciado? Por isso, é importante que seu filho saiba tomar suas próprias decisões e não coma só o que dizem para ele comer. Porque não vão dar bons conselhos a ele.

Dr. Carlos Gonzales (Foto: Divulgação)

Carlos González tem três filhos, é um dos pediatras mais famosos na espanha e autor de livros como Bésame Mucho e meu filho não come! 



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