Em “Ugly Dolls”, animação que estreia nos cinemas nesta quinta (16), um grupo de bonecos considerados feios abandona a pequena comunidade em que vive isolado para realizar o sonho de receber o amor de crianças de verdade. Porém, antes de chegar ao mundo real, eles precisam passar pelo “teste de perfeição”, uma seleção rígida que determina quais bonecos tem as qualidades necessárias para ir para a casa de alguma família. Partindo dessa premissa simples, que traz algumas semelhanças com os roteiros de Toy Story e Monstros S.A., o filme aborda temas como autoestima, bullying e padrões de beleza em meio a seu cenário colorido e números musicais animados.
À frente do bando de protagonistas está Moxy, dublada pela atriz e cantora Aline Wirley, uma boneca cor de rosa determinada a mostrar que sua aparência não determina quem ela é. Em entrevista à Crescer, Aline, que é esposa do ator Igor Rickli e mãe de Antônio, de 5 anos, explica por que se identificou com a temática do filme e revela como aborda assuntos delicados com o filho. Confira:
O que mais chamou sua atenção no roteiro de Ugly Dolls?
Para mim, foi trazer à tona a desmistificação dos padrões de beleza, falar da auto aceitação, da beleza interior, abordar de uma forma lúdica, porém séria o assunto.
Você se identifica com a Moxy?
Super! Ela é otimista, alegre, bagunceira, faladeira, acredita na vida e vai em busca dos seus sonhos. Brincamos até que ela sou eu retratada em forma de desenho.
No seu dia a dia, você costuma abordar os assuntos que o filme traz, como valorizar as diferenças, com seu filho? Como são essas conversas?
Sim! Conversamos com muita naturalidade de vários assuntos e temas como amor próprio, respeito, diferenças tratamos diariamente. Antônio é fruto de um amor miscigenado, já é considerado “diferente” porque tem um cabelo black loiro. Conversamos com ele que o amor próprio é a base de um bom relacionamento com você e com o mundo.
Uma das cenas finais do filme mostra uma das bonecas com o cabelo cacheado solto e outro personagem elogiando o novo visual. Para você, como é a sensação de ver cada vez mais filmes dispostos a reconhecer que a beleza não segue um padrão? Quando você era criança, sentia falta de ver características como cachos serem representadas de forma positiva no cinema?
O filme está refletindo o nosso momento atual e cada vez mais precisamos nos ver representados em produtos, no cinema, na TV. Sim, eu sentia falta de me ver, me identificar, encontrar características minhas em outro alguém também. É maravilhoso ver isso atualmente tão claro.
Apesar de fazer isso de maneira leve, o filme traz a questão do bullying em sua narrativa. Para você, qual é a importância de discutir esse assunto com as crianças?
A quebra de paradigma na estrutura como observamos o outro é muito importante. E nossa missão como pais é explicar que as diferenças são parte da beleza e esses assuntos precisam ser abordados na família com certeza. Não subestimar as crianças também é algo muito importante. Desde sempre explicamos para o Antônio o porquê das coisas, claro que de uma forma simples, fácil, mas com seriedade.
O Antônio já teve a oportunidade de assistir ao filme? O que ele achou?
Ele assistiu com a gente na pré-estreia, ele amou! Saiu do cinema chorando porque queria mais (risos). Ele me chama de rosinha agora pedindo para eu fazer a voz dela.
Assista ao trailer de Ugly Dolls:
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