O cientista inglês Charles Darwin já dizia que nós temos um instinto para sermos compreensivos e cuidadosos uns com os outros. Mas, por que perdemos esse instinto? Por que a gentileza, a caridade, a compaixão e a empatia não podem ser hábitos exercitados com os pequenos desde cedo?
Foi pensando nisso e também na quantidade de pessoas que perderam seus pertences com as inúmeras enchentes que assolam de norte a sul o pais, que a empreendodora da área de eventos, Carla Patrícia, 45 anos, decidiu não pedir presentes para a festa de aniversário do filho Enzo, que será realizada no próximo domingo (26).
Na verdade, a família já havia decidido que o menino não teria festa porque optou por uma viagem. "Mas, ele queria muito comemorar os 8 anos com os amigos do colégio e nós conseguimos organizar tudo de última hora. Eu fiquei tão abençoada e feliz por poder fazer a festa que pensei em espalhar a felicidade para outras pessoas e também aproveitar o momento para ensinar algo para o Enzo", disse.
Ela e o marido decidiram, então, que iriam aproveitar a comemoração para arrecadar produtos de higiene e alimentos para quem passa por necessidades. No convite da festa estava anexada a frase: "Olá meus amigos. Neste dia estarei arrecando alimentos, produtos de higiene pessoal e doméstica para serem doados a quem necessita e sua contribuição será muito importante. Conto com vocês".
É claro que, como toda criança que ama o depois da festa, ou seja, a hora da abertura dos presentes, o Enzo perguntou por que não iria receber os mimos. "Pra mim esta conversa foi o que fez sentido e toda a diferença. Eu disse que ele já estava ganhando presentes que era a festa e a oportunidade de comemorar com os amigos. Expliquei que existem famílias que passam por muitas necessidades, não conseguem fazer o aniversário de seus filhos porque precisam comprar comida, que muitas vezes eles não têm nem o que vestir, e que com a festa ele teria a oportunidade de ajudar estas pessoas", disse a mãe.
Enzo concordou na hora e falou que realmente tinha adorado a ideia. Até topou levar alguns brinquedos para as crianças que ele já não brinca mais. Segundo os pais do menino, ele é muito sensível e toda vez que passa de carro e observa pessoas dormindo na rua pede para que os deixem dormirem em casa. "Ele diz que dormir no chão não deve ser gostoso, sem contar com o frio", lembra a mãe.
A família ainda não sabe qual será a instituição que vai ajudar, mas a mãe garante que será alguma que trabalhe com crianças carentes. "Sabemos que têm lugares que pede a doação em dinheiro, através de sites, mas queremos que ele vá até lá e entregue, que veja a realidade das pessoas e saiba o quanto o pouco que ele ajudou é muito para quem não tem nada. Enfim, quero que toque o coração dele e que meu filho desenvolva desde sempre a compaixão, caridade e aprenda a olhar o próximo", diz.
Carla ainda faz um alerta aos pais: "Acho que o pouco que a gente faz ensina muito aos nossos filhos. Eles são o futuro e é através deles que podemos mudar o mundo", finaliza.
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