Saturday, May 18, 2019

O poder do cuidado e da presença

Caucasian mother feeding baby son with spoon in high chair (Foto: Getty Images/Blend Images)

 

A experiência do toque não se restringe ao carinho em si. Trocar a fralda, dar de comer e brincar com o seu filho também são cuidados que vão fazer a diferença. “Apenas a presença dos pais em situações de emergência, por exemplo, já tranquiliza as crianças”, afirma o pediatra Thomaz Bittencourt Couto, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). É por isso que uma criança hospitalizada tem o direito, por lei, de um acompanhante em tempo integral.

E num mundo em que as relações estão cada vez mais virtuais, o que adultos e crianças vão perder ao minimizar esse estímulo tão importante? A neuropediatra Karina Weinmann, pesquisadora da Universidade de São Paulo e cofundadora da Clínica NeuroKinder, ficou perplexa ao descobrir que já há roupas com receptores que simulam o calor e o toque. Em fase de testes, essa tipo de tecnologia vai possibilitar que uma pessoa conectada à internet abrace outra à distância – assim como acontece no sucesso recente Jogador Número 1, filme de Steven Spielberg.

Para ela, as consequências podem ser graves e, diferentemente de beijos e abraços, as telas devem ser usadas com moderação. “Uma geração restrita ao sofá e ao tablet vai crescer com medo de explorar o ambiente ao seu redor. Isso pode afetar não só a sua consciência corporal, como também gerar uma inabilidade social”, alerta a especialista. Os jovens protagonistas do longa-metragem personificam tudo isso, o que só é revertido quando eles se encontram no mundo real, com o perdão do spoiler. “O toque nutre as emoções. E nada o substitui”, completa a neuropediatra.

 



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