Wednesday, September 1, 2021

Psoríase infantil: o que você precisa saber sobre a doença

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Um terço dos adultos com psoríase afirmam ter tido os primeiros sinais da doença antes dos 16 anos de idade (Foto: Divulgação)

 

Mesmo que não exista um levantamento oficial sobre o número de pessoas acometidas pela psoríase no Brasil e no mundo, dados sugerem que existam, no mínimo, 100 milhões de indivíduos afetados mundialmente pela doença(1).

Acontece que cerca de um terço dos adultos com a psoríase relatam ter percebido o início do quadro antes dos 16 anos. Destes, 2% podem tê-la iniciado antes dos 2 anos de vida, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia.(2)

Diante dessa realidade, conversamos com a Dra. Maria Cecilia Rivitti Machado (Cremesp 57299 / RQE 54260), dermatologista e responsável pelo Ambulatório de Dermatologia Pediátrica do Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP), para esclarecer algumas das principais dúvidas sobre psoríase infantil. A live, realizada em parceria com a Novartis, aconteceu na última quinta-feira (26), com apresentação da jornalista Fernanda Montano.

A proposta foi acalentar pais de crianças diagnosticadas com psoríase infantil, pois não há motivo para desespero. “Atualmente, existem tratamentos com múltiplas opções, todos com base científica. Portanto, manter uma relação de confiança com o médico é imprescindível para ter sucesso no resultado”, coloca Dra. Maria Cecilia.

Assista à live completa e saiba mais sobre a psoríase infantil e como lidar com ela.

A seguir, entenda mais sobre o assunto e ajude seu filho a viver saudável e feliz após o diagnóstico.

O que é a psoríase infantil?

A psoríase é uma doença autoimune inflamatória crônica que afeta principalmente a pele. Apesar de ser mais comum em adultos, pode aparecer na infância e atingir os gêneros igualmente(3).

Ela não é contagiosa e tem a característica de ser cíclica, ou seja, os sintomas podem surgir e desaparecer periodicamente.(4A)

Quais os sintomas da psoríase?

A doença tem como principal característica a formação de lesões na pele. São placas elevadas e bem avermelhadas, que costumam a apresentar escamas brancas ou prateadas e se desprendem facilmente. (5)

Isso acontece porque as células do sistema imune que ajudam a combater infecções (linfócitos T) atacam “por engano” as células saudáveis da pele, fazendo o corpo produzir novas células com uma frequência muito maior do que o adequado. Então, há um acúmulo de células novas e “mortas”, e se formam manchas espessas e escamosas, que caracterizam a doença.(4A)

“Elas também são bem delimitadas e podem apresentar diferentes tamanhos. Habitualmente, são pouco sintomáticas ou não apresentam qualquer sintoma”, acrescenta a médica.


Em quais regiões do corpo as lesões podem aparecer?

Segundo a Dra. Maria Cecilia, no tipo mais comum, conhecido como psoríase vulgar, as lesões surgem nas áreas de maior atrito, como cotovelos, joelhos e região sacral (final da coluna), mas também podem afetar o couro cabeludo, a face (ao redor dos olhos e da boca) e a região da fralda.

Já na psoríase gutata, manchas pequenas com o formato de gotinhas ficam localizadas no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. (4A) “Há quadros ainda que afetam somente as palmas, as plantas dos pés, as unhas ou o couro cabeludo. Também vemos na infância muitas situações atípicas que dificultam o diagnóstico”, alerta a médica, que reforça a importância de buscar ajuda de um médico dermatologista.

Como diagnosticar a psoríase em crianças?

Diante da suspeita da psoríase, marque uma consulta com um dermatologista ou um dermatologista pediátrico para avaliar seu filho. O profissional vai fazer um exame clínico do quadro, levando em conta as características das lesões – localização, forma e tamanho. “Em algumas situações, solicitamos a biopsia de pele para confirmar o diagnóstico. Isso porque a psoríase pode ser confundida com a dermatite atópica, uma vez que as duas são doenças inflamatórias e com sintomas similares”, explica a médica, que comenta ainda sobre a necessidade de um maior tempo de observação do paciente em alguns casos para um diagnóstico correto.

De qualquer maneira, é importante reforçar que, quanto mais jovem a criança for diagnosticada com a doença, maiores serão as chances de sucesso no tratamento.(4A)

Qual é a causa da psoríase?

Não existe uma causa específica definida para a psoríase, por isso ela é considerada uma doença multifatorial5. Mas, dados mostram que quase metade dos casos de psoríase pediátrica estão relacionados à herança familiar(6,7).

Por outro lado, vários fatores estão envolvidos no surgimento e agravamento do quadro, como alterações na imunidade, causadas por infecções (dor de garganta, por exemplo) ou mesmo pelo uso de alguns medicamentos (alguns tipos de antidepressivos e anti-inflamatórios); estado emocional (ansiedade e estresse); hábitos de vida; o clima muito quente ou frio; até mesmo machucados na pele, como cortes ou arranhões6. “Aliás, traumas causados pelo ato dos pequenos mexerem nas ‘casquinhas’ é um dos principais fatores que contribuem para a piora do quadro”, alerta a médica.

Quais são os tratamentos disponíveis para as crianças com psoríase?

Há diversas opções de tratamento que podem ser indicados de acordo com o tipo e extensão da doença. No caso das inflamações de pele leves e localizadas, por exemplo, orienta-se o banho de sol, além dos tratamentos tópicos com cremes hidratantes e anti-inflamatórios, para reduzir a descamação e vermelhidão.(4A)

“O uso de hidratantes é fundamental para tratar a psoríase, mas regiões específicas vão exigir produtos que proporcionam um melhor benefício”, comenta a médica. Portanto, não será qualquer produto que cumprirá bem esse papel.

Já nos casos de psoríase moderados a graves orienta-se a exposição à luz UV, feita com acompanhamento médico em cabines específicas por alguns minutos.(4B) “Esses equipamentos médicos são indicados a partir dos oito anos de idade, fase em que a criança começa a tolerá-los. Também existem opções de dispositivos para aplicações em regiões mais localizadas, como mãos e pés, por exemplo. E o laser para áreas muito pequenas”, comenta a médica.

Para quadros mais extensos existem ainda o tratamento sistêmico, que envolve medicamentos (comprimidos) para reduzir os processos inflamatórios no corpo, e o tratamento imunobiológico, com medicamentos injetáveis que inibem substâncias que causam inflamações(4B).

“É importante que os pais confiem no tratamento indicado pelo médico e o sigam conforme foi prescrito pelo profissional para que ele possa avaliar no retorno e, inclusive, decida uma mudança no tratamento, se for o caso. Em tempo, não existe qualquer tratamento caseiro que funcione para a psoríase”, coloca a dermatologista.

Outros profissionais devem ser envolvidos no tratamento?

De acordo com a médica, o tratamento da psoríase deve ser interdisciplinar e envolver outros profissionais, como o pediatra no caso das crianças. Se for o caso, também o fisioterapeuta, o fonoaudiólogo, o nutricionista e o endocrinologista. Dependendo da idade e do impacto da doença na vida da criança ou do adolescente, também é indicado o acompanhamento de um psicólogo, uma vez que a doença pode impactar a autoestima do paciente. (4B)

“Os pais também devem se comunicar com os profissionais da escola, com o objetivo de fazer um trabalho educativo e de conscientização para diminuir o estigma em relação à doença. Ao mesmo tempo em que devem relevar comentários ingênuos e curiosos de outras crianças com seu filho e, assim, tornar o processo mais leve para todos”, finaliza Dra. Maria Cecilia. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Organização Mundial da Saúde. Relatório Global Sobre a Psoríase (2016). Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/204417/9789241565189-por.pdf?sequence=17&isAllowed=y. Acesso em: 26 ago. 2021.

2. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd.org.br/psoriasetemtratamento/noticias/palavra-de-medico/psoriase-na-infancia/. Acesso em: 26 ago. 2021.

3. Romiti R, Maragno L, Arnone M, Takahashi MDF (2009). Psoríase na infância e na adolescência. An Bras Dermatol.; 84:9–20.

4A. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/psoriase/89/
Acesso em: 26 ago. 2021.

4B. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/psoriase/18/. Acesso em: 26 ago. 2021.

5. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd.org.br/psoriasetemtratamento/noticias/palavra-de-medico/entenda-a-psoriase-o-que-e-como-se-manifesta-e-como-trata-la/. Acesso em: 26 ago. 2021.

6. American Academy of Dermatology Association. Psoriasis: Causes. Disponível em: https://www.aad.org/public/diseases/psoriasis/what/causes. Acesso em: 26 ago. 2021.

7. CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Psoríase (2019). Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2019/Relatorio-PCDT_Psorase_FINAL_472_2019.pdf. Acesso em: 26 ago. 2021.



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Publieditorial/Novartis/noticia/2021/09/psoriase-infantil-o-que-voce-precisa-saber-sobre-doenca.html

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