O Ministério da Saúde, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16/9), divulgou dados da vacinação dos adolescentes contra a covid-19 no país. E um dos dados que chamou a atenção é que em torno de 20 mil jovens de 12 a 17 anos foram vacinados com imunizantes não aprovados pela Anvisa. A Agência reguladora só autorizou o uso da vacina da Pfizer nessa faixa etária."Mães não levem crianças para tomar vacina que não tenha autorização da Anvisa", apelou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ministro também criticou a antecipação da vacinação dos jovens sem comorbidades em alguns estados. De acordo com ele, a recomendação era iniciar a vacinação desse grupo a partir do 15 de setembro. No entanto, no total, mais de 3,5 milhões de adolescentes já foram vacinados. Segundo o órgão, o estado que mais aplicou o imunizante em jovens foi São Paulo, com 1,35 milhão doses, seguido do Rio de Janeiro com mais de 384 mil doses.
Segundo Rosana Leite, secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, a pasta não enviou doses do imunizantes para o público de adolescentes. "As doses de imunizantes que mandamos para todos os estados e municípios sempre foram para maiores de 18 anos", disse a médica.
O Ministério da Saúde também divulgou os números de adolescentes com duas doses, sendo um total de 19.315 pessoas. Além disso, nove adolescentes que foram vacinados com três doses. A entidade afirmou que irá investigar todos esses casos.
Com relação aos eventos adversos, O Ministério da Saúde relatou 1.545 eventos (não previstos em bula), sendo que 1.378 foram por erro de imunização. Só no estado de São Paulo foram 26 efeitos adversos não graves e 7 graves. Desses casos graves, há uma investigação de um suposto óbito relacionado à vacina da Pfizer de um adolescente de 16 anos. No entanto, não se sabe se o pacientes teve outras comorbidades. Durante a coletiva, o Ministro Queiroga também voltou a reforçar que estados e municípios devem seguir as orientações do Programa Nacional de Imunização. "Não apliquem outros imunizantes além do que está autorizado".
Segundo o ministro, boa parte dos eventos adversos sem ser graves aconteceram devido ao erro de vacinação, por isso o Ministério da Saúde vai acompanhar esses casos, até mesmo por busca ativa, e pedir aos Secretários Municipais que autorizaram essas imunizações acompanharem de perto esse grupo.
O ministro ressalta que apenas quando tiverem evidência científicas concretas a volta da vacinação de adolescentes sem comorbidades pode ser reconsiderada. "Se amanhã surgir uma evidência contundente mostrando o benefício, muda amanhã".
No caso dos adolescentes com comorbidades ou privados de liberdade que tomaram a vacina da Pfizes, eles podem completar seu esquema vacinal com a segunda dose da Pfizer. "Os jovens com comorbidades que não tomaram a vacina da Pfizer param por aí. Não vou autorizar a intercambialidade", disse o Ministro da Saúde.
Já os adolescentes sem comorbidades, independente da vacina, não devem tomar a segunda dose nesse momento. Quanto aos jovens imunizados com outras vacinas, o Ministério da Saúde irá acompanhar os casos.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/09/mais-de-26-mil-adolescentes-foram-vacinados-com-imunizantes-nao-autorizados-pela-anvisa-aponta-registro-do-ministerio-da-saude.html