Quem assiste à profissional Andréia Sadi, 34 anos, em cena, comentando o cenário político em boletins de jornais da TV Globo e do canal GloboNews, e no programa Em Foco com Andréia Sadi, deve imaginar uma mulher dinâmica, cheia de energia, com a cabeça a mil por hora. Tudo para estar sempre atualizada sobre os bastidores da área e ter notícias e análises relevantes para divulgar. Pois bem, ela é exatamente assim: uma pessoa que detesta ficar parada e gosta de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Para isso, é fã número 1 de uma rotina bem planejada, porque só assim consegue cumprir todos os compromissos.
Dá para imaginar, então, como ela se sentiu ao ser surpreendida pela gravidez não planejada. E, depois, com a notícia de que seriam gêmeos! A ansiedade tomou conta da futura mãe de tal forma que ela passou a devorar informações sobre absolutamente tudo a respeito de gestação gemelar, parto, pós-parto e amamentação. Era como se estivesse apurando [termo usado por jornalistas que significa levantar e checar informações] uma grande reportagem.
Abastecer-se de informação foi o primeiro passo para se sentir “mais ou menos” segura para encarar a gravidez e, agora, os primeiros meses de vida dos bebês. No entanto, bem-humorada, Sadi diz que, com a maternidade, ela sabe que acabou o controle: “Sempre gostei de rotina, de planejar tudo, mas, hoje, é ‘eita!’ atrás de ‘vixe!’ todo dia. Quando acho que o João ou o Pedro vão fazer determinada coisa de um jeito, eles fazem de outro. E está tudo bem”, conta.
Por isso mesmo, embora tenha estruturado um esquema para a volta ao trabalho, a jornalista sabe que imprevistos podem acontecer, e isso faz parte. Está ciente, também, que não adianta sofrer por desejar retomar a rotina profissional. “É verdadeiro o clichê de que, quando nasce uma mãe, nascem também a culpa e o medo. Mas não quero me cobrar. Sei que estou fazendo o melhor para os meus filhos”, diz. Voltar ao trabalho, a desempenhar a atividade que tanto ama, também será pelo bem dos filhos. “Trabalhar me faz feliz. Eu estando feliz, João e Pedro também estarão”, conclui.
A seguir, confira o bate-papo descontraído que Andréia Sadi teve com a CRESCER sobre gravidez, maternidade e retorno à TV.
CRESCER: A sua licença-maternidade está chegando ao fim. Passou rápido ou devagar?
Andréia Sadi: Ouvi de muitas amigas “aproveita que passa muito depressa”. E aconteceu mesmo! Quando cheguei em casa da maternidade, as primeiras semanas pareceram intermináveis. Mas eu, João e Pedro fomos nos conhecendo, organizando a vida nova e criando uma rotina. Depois de um mês, quando as coisas entraram no ritmo, o tempo voou. E a gente passa a ter outra noção de tempo, porque vê como os bebês estão crescendo e se desenvolvendo.
CRESCER: Como imaginava que seria a licença-maternidade e como a vê hoje, quando ela está no fim?
A.S.: Gosto de rotina, sou uma pessoa organizada, planejadora. Achava que, com planejamento, as coisas aconteceriam sem grandes sustos, “normalmente”. Mas entendi o que todos dizem: com a maternidade, acabou o controle. Aqui em casa, hoje, é “eita” atrás de “vixe” todo dia! O inesperado acontece. Há muitas “primeiras vezes” quando se têm bebês. Ter de lidar com a imprevisibilidade de uma gripe, por exemplo. Mas fica tudo bem.
CRESCER: Você encarou a gravidez, o puerpério e a licença em plena pandemia. Foi difícil?
A.S.: Foi tudo, literalmente, novo para mim, para nós. Pouco antes da pandemia e de engravidar, eu tinha um apartamento em São Paulo, vivia em Brasília ou viajando pelo país, e o André [Rizek, também jornalista, marido de Andréia], morava no Rio de Janeiro. O casamento, a pandemia, minha mudança para o Rio e a gravidez aconteceram praticamente juntos. Não temos família aqui, e, para proteger nossos pais, nós e os bebês, ninguém pôde estar presente. Sou uma pessoa que gosta de gente, de conversar, de encontrar. Sempre achei que a gravidez seria um momento solitário, de recolhimento para gestar. Mas neste que foi o evento mais importante da minha vida, a solidão foi vezes dois. Não tinha com quem compartilhar. Saía para as consultas de pré-natal paramentada, com medo, não era algo feliz. Digo que sobrevivi na gestação, não peguei covid. Acho que já estava no “modo mãe”, protegendo minhas crias.
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