Na noite desta quarta (22), o Ministério da Saúde decidiu voltar atrás da decisão polêmica do último dia 15 de setembro, quando suspendeu provisoriamente a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a covid-19. Na ocasião, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apresentou dados de adolescentes que tinham sido imunizados pelo país com vacinas para além da única aprovada para esse público, que é a Pfizer, e levantou a suspeita se a morte de uma jovem de 16 anos, no Estado de São Paulo, pudesse estar relacionada com a vacina.
A nota técnica divulgada há pouco (NOTA TÉCNICA Nº 45/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS) pelo Ministério da Saúde informou que "em 21 de setembro de 2021, o caso foi discutido no Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (CIFAVI) para avaliação com relação a causalidade". Após a análise, concluiu-se "pela recomendação da retomada da indicação de vacinação para adolescentes sem comorbidades ou deficiências".
Em coletiva de imprensa nesta noite, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse: "Todas as linhas de investigação apontam que não há relação entre a vacinação de adolescentes e o óbito de um jovem em São Paulo. Por isso, decidimos que é seguro retomar a imunização de adolescente no Brasil". E reforçou: “Concluímos que os benefícios da vacinação de adolescentes são maiores do que eventuais riscos dos efeitos adversos, então vamos retomar a imunização deste grupo”.
Na sexta (17), a Secretaria de Estado da Saúde já havia concluído que a morte da adolescente não tinha relação com o imunizante Pfizer. Em nota, a Secretaria informou: "As análises técnicas indicam que não é a vacina a causa provável do óbito e sim à doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada "Púrpura Trombótica Trombocitopênica" (PPT)."
+O que é Púrpura Trombótica Trombocitopênica
Vale lembrar que a única vacina autorizada no Brasil para essa faixa etária (entre 12 e 17 anos) é a Pfizer. A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou um documento recentemente em que reforça a importância da vacinação de todos os jovens desse grupo contra a covid-19. Segundo o pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, "é importante que os adolescentes sejam vacinados, mesmo que eles, geralmente, apresentem quadros menos graves, pois, em alguns casos, os jovens podem ter algumas complicações como a covid longa e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, que acaba agravando os casos da doença. Além disso, os adolescentes também são transmissores do vírus. "A vacinação está mais do que indicada e recomendada e hoje nós só temos vacinas testadas, explica.
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