Antes mesmo de engravidar é normal já conhecermos alguns dos sintomas tradicionais da gestação como o inchaço, enjoo, e dores musculares. Seja através de experiências de parentes próximos ou de histórias da internet, estas informações quase nunca passam despercebidas. Acontece que o aumento de gases durante a gravidez, apesar de ser muito mais comum do que imaginamos, ainda é tabu entre algumas gestantes. Afinal, nem todas se sentem confortáveis de falar sobre o assunto.
De acordo com Paula Fettback, ginecologista e doutora pela Faculdade de Medicina da USP, os gases na gestação são causados pelo aumento da progesterona, um hormônio importantíssimo para a gravidez que cumpre a função de "proteger" o óvulo. Acontece que o aumento significativo da substância no corpo feminino também provoca a diminuição dos movimentos intestinais, fazendo com que o alimento demore para ser digerido e, consequentemente, fique mais tempo no trato digestivo, causando o surgimento de gases.
Quando eles não são liberados, ficando presos no intestino grosso e delgado, causam descoforto. As dores abdominais causadas pelos gases costumam surgir no segundo trimestre, seguindo até o final da gestação. Antes disso, porém, logo no começo da gravidez, o aumento da progesterona altera o funcionamento da válvula que protege o esôfago do estômago, aumentando o risco de refluxos, sensação de queimação e asia, principalmente para aquelas que já tinham maior sensibilidade.
A intensidade da dor abdominal causada por gases varia de corpo para corpo, afinal, nenhuma gravidez é igual a outra, mas, no geral, se assemelha a uma cólica forte. A médica explica que dependendo do nível dor, é possível investir em medicamentos fitoterápicos (desde que liberados para gestantes pelo médico responsável) que ajudam na digestão.
O aumento de gases durante a gestação é comum e não há muito o que fazer para se previnir, já que eles surgem por causa de um aumento hormonal natural do corpo, mas existem algumas estratégias para amenizar o problema. A rotina alimentar, por exemplo, é capaz de impactar diretamente na quantidade de gases. A especialista recomenda evitar comer grandes porções, assim como alimentos que são mais propensos a criar gases ou que demoram para ser digeridos, como ovo, repolho, feijão e frituras.
Diminuir o consumo de água durante a refeição também é uma das medidas para facilitar a digestão e procurar entender quais fibras, carnes e grãos fazem com que você sinta dor é fundamental para fazer as alterações necessárias no cardápio. Nos casos mais severos, vale a pena procurar um nutricionista para montar uma dieta individualizada com alimentos que evitem o desconforto.
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