As mulheres indígenas do Brasil ainda não têm direito de acesso a um pré-natal adequado. Um levantamento feito com 3.967 gestantes e puérperas mostrou que apenas 30% das mulheres indígenas aldeadas começam o acompanhamento com o obstetra no primeiro trimestre de gravidez. Catorze por cento (14%) delas sequer chega a fazer qualquer consulta pré-natal.
Os dados são do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Participaram da pesquisa mulheres indígenas com idades entre 14-19 anos, com filhos menores de 5 anos.
De todas as participantes da pesquisa, só 16% realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal. Além de terem menos acesso a especialistas durante a gravidez, elas também ficam para trás quando o assunto são vacinas e exames. Apenas 60% foram vacinadas contra difteria e tétano e 53% receberam solicitações de exames laboratoriais.
Na última quinta-feira (23), o periódico Cadernos de Saúde Pública (CSP) lançou um vídeo sobre os desafios para oferecer um pré-natal adequado para as mulheres indígenas aldeadas no Brasil. A animação resume os principais resultados do artigo científico e traz entrevistas da autora do artigo e pesquisadora da Fiocruz Amazônia, Luiza Garnelo, e de Braulina Baniwa, líder indígena.
"A não realização de exames e o início tardio [do pré-natal] têm implicações muito negativas na taxa de mortalidade materna e infantil [entre os povos indígenas]. As razões para isso são insuficiência no número de equipes, rotatividade muito elevada no subsistema de saúde indígena (...) e um baixo investimento na qualificação desse tipo de cuidado à saúde", explica Luiza Gamelo.
Confira o vídeo (ou clique aqui):
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/noticia/2021/09/so-3-cada-10-mulheres-indigenas-comeca-o-pre-natal-no-tempo-recomendado-diz-estudo.html